Governo retoma política de formação de estoques públicos com compra de milho

Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) adquire 500 mil toneladas de milho dos produtores rurais para combater a queda de preços e garantir segurança alimentar

Uma lavoura de milho.

Após seis anos, o governo brasileiro decidiu retomar a política de formação de estoques públicos, visando garantir a segurança alimentar e combater a queda de preços. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por meio do mecanismo de Aquisições do Governo Federal (AGF), autorizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), iniciará a compra de 500 mil toneladas de milho diretamente dos produtores rurais. Essa medida equivale a aproximadamente 8,3 milhões de sacas de 60 quilos do cereal.

O presidente da Conab, Edegar Pretto, enfatizou a importância da iniciativa, afirmando que a retomada dos estoques públicos visa incentivar os agricultores a plantar e garantir o preço mínimo para a produção. Ele ressaltou que, apesar da previsão de uma safra recorde de milho, os preços estão caindo, o que levou à decisão de iniciar a compra pelo milho. Pretto destacou ainda que essa ação visa combater a inflação dos alimentos e assegurar o fornecimento de comida para todos os brasileiros.

O anúncio da retomada da política de formação de estoques públicos foi feito pelos ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), juntamente com o presidente da Conab. Também estiveram presentes no anúncio os diretores da Companhia, responsáveis pelas áreas de Política Agrícola e Informações, Operações e Abastecimento, Administrativa, Financeira e de Fiscalização, e Gestão de Pessoas.

Os produtores dos estados de Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Tocantins estão autorizados a vender milho para o governo federal. O limite de venda por produtor varia de acordo com o estado, de acordo com o Manual de Operação da Conab. Em Mato Grosso, por exemplo, cada agricultor poderá vender até 30 mil sacas para a estatal, enquanto em Mato Grosso do Sul e Goiás o limite é de 10 mil sacas. Nos demais estados, a aquisição está limitada a cerca de 3,3 mil sacas. No entanto, a compra só será finalizada pela Conab se o produto atender aos padrões exigidos, podendo ser estocado em armazéns próprios da Companhia ou em unidades armazenadoras credenciadas.



Veja mais (a reportagem continua): Governo lança Plano Safra da Agricultura Familiar com redução de juros para produção de alimentos



A decisão de adquirir milho por parte do governo federal foi motivada pela queda nos preços do cereal no mercado interno. A previsão de uma safra recorde no Brasil, aliada à valorização do real frente ao dólar, entre outros fatores, tem gerado um cenário de desvalorização das cotações do grão, principalmente no segundo semestre deste ano, quando ocorrerá uma intensa entrada de oferta no mercado mundial com as colheitas nos Estados Unidos, Europa e Brasil.

Os interessados em vender milho para a Conab devem estar cadastrados no Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais (Sican) e entrar em contato com a regional da Conab em seu estado para obter orientação sobre o preenchimento dos formulários exigidos e a apresentação dos documentos necessários para a operação.

A Aquisição do Governo Federal (AGF), instrumento da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), tem como objetivo apoiar produtores rurais, agricultores familiares e suas cooperativas por meio da compra de produtos quando o preço de mercado está abaixo do preço mínimo estabelecido para a safra vigente. No entanto, a efetivação da aquisição depende do repasse, pelo Tesouro Nacional, dos recursos necessários para a operacionalização das compras.

Com a retomada da política de formação de estoques públicos por meio da compra de milho, o governo brasileiro busca estabilizar os preços, proteger os produtores rurais e garantir o abastecimento de alimentos para a população. 


Fonte: Conab

Comentários