Estimativa do IBGE indica aumento de 16,8% em relação a 2022, impulsionado por safra recorde de milho, soja, trigo e sorgo

Colheitadeira colhendo
Kátia Goretti Dias Vazzoller from Brazil - Wikimedia Commons

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje os resultados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), revelando que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas está prestes a atingir um novo recorde em 2023, totalizando 307,3 milhões de toneladas. Esse número representa um aumento de 16,8% em comparação com a safra de 2022, o que equivale a um acréscimo de 44,2 milhões de toneladas.

Na comparação com maio um aumento de 0,6%, com um acréscimo de 1,9 milhão de toneladas. Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pelo aumento de 1,4 milhão de toneladas na produção de milho, que está prevista para alcançar um recorde este ano. Além disso, a produção de soja, trigo e sorgo também apresenta expectativas de recordes.

A área a ser colhida em 2023 está estimada em 76,9 milhões de hectares, um aumento de 5,1% em relação ao ano anterior. Isso representa um acréscimo de 3,7 milhões de hectares. Em comparação com o mês anterior, a área a ser colhida teve um crescimento de 346.730 hectares, o que corresponde a um aumento de 0,5%.



Entre os destaques da safra 2023, estão as estimativas de produção de soja, milho, trigo e sorgo, todas projetando recordes. A produção de soja está prevista para atingir 148,4 milhões de toneladas, enquanto a estimativa para o milho é de 124,5 milhões de toneladas, divididas entre 28,1 milhões de toneladas na primeira safra e 96,3 milhões de toneladas na segunda safra. Outras culturas também estão registrando números expressivos, como arroz (10,0 milhões de toneladas), trigo (10,6 milhões de toneladas), algodão (em caroço) (6,9 milhões de toneladas) e sorgo (3,8 milhões de toneladas).

Segundo Carlos Barradas, gerente do LSPA, vários fatores contribuíram para essas projeções recordes. O clima favorável, exceto no Rio Grande do Sul, tem beneficiado a produção, especialmente dos produtos de segunda safra, como o milho. Além disso, o ano agrícola começou no momento adequado, sem atrasos no plantio da safra de verão, permitindo uma colheita pontual, especialmente da soja. A janela de plantio para o milho de segunda safra também foi favorável, ocorrendo logo após a colheita da safra de verão, em janeiro e fevereiro. Por fim, o aumento dos preços internacionais motivou os produtores a ampliarem o plantio.


El Niño pode afetar safra e Mato Grosso lidera produção

No entanto, há preocupações com o clima, especialmente devido à previsão do fenômeno El Niño, que pode causar secas, principalmente no Sul do país. A produção de trigo, por exemplo, pode ser afetada se as condições climáticas não permanecerem favoráveis, apesar do investimento em tecnologia e expansão do plantio motivados pelos preços internacionais elevados devido às tensões entre Rússia e Ucrânia.

Com 30,9% de participação, o estado do Mato Grosso lidera a produção nacional de grãos, seguido pelo Paraná (15,2%), Rio Grande do Sul (9,6%), Goiás (9,6%), Mato Grosso do Sul (8,9%) e Minas Gerais (5,9%). Juntos, esses estados representam 80,1% da produção total. Em termos regionais, a distribuição da produção de grãos é a seguinte: Centro-Oeste (49,7%), Sul (27,1%), Sudeste (9,5%), Nordeste (8,6%) e Norte (5,1%).

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) foi implantado em 1972 e fornece estimativas mensais de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos agrícolas de importância econômica e social para o país. O levantamento permite o acompanhamento das culturas ao longo do ano e fornece um prognóstico da safra para o ano seguinte. Os dados completos podem ser acessados no Sidra, sistema de consulta de estatísticas do IBGE.

Fonte: IBGE