Outubro de 2023 trará chuvas abaixo da média no Norte e Nordeste, impactando a agricultura, enquanto o Sul terá chuvas acima da média.

Campo com chuva.
Imagem de Michael por Pixabay


O mês de outubro de 2023 traz consigo uma previsão climática que merece a atenção dos setores agrícolas do Brasil, fornecida pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). De acordo com o Inmet, as regiões Norte e Nordeste enfrentarão um cenário de chuva abaixo da média histórica, com volumes de precipitação inferiores a 70 mm, particularmente no Nordeste e no norte da região amazônica. No entanto, algumas áreas da Região Norte, como a faixa oeste e partes do sul, podem experimentar chuvas próximas ou ligeiramente acima da média, com previsão de acumulados abaixo de 140 mm.


Chuvas no Centro-Oeste e Sudeste: um retorno gradual

Para as regiões Centro-Oeste e Sudeste, a previsão indica um retorno gradual das chuvas, principalmente em áreas de Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul de Minas Gerais, com volumes previstos inferiores a 160 mm. Entretanto, em outras áreas dessas regiões, a tendência é de chuvas abaixo da média, com destaque para o centro-norte de Minas Gerais, onde os acumulados podem ser inferiores a 100 mm.


Região Sul com previsão de chuvas acima da média

No Sul do Brasil, por outro lado, a previsão aponta para chuvas acima da média, especialmente no centro-oeste do Rio Grande do Sul, parte central de Santa Catarina e extremo sul do Paraná. Nessas áreas, os volumes previstos podem superar 250 mm.


Impacto na Agricultura

A previsão climática para outubro de 2023 e seus potenciais impactos no setor agrícola são de particular importância. Na região do Matopiba, que engloba os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a falta de chuva prevista pode resultar em níveis baixos de umidade no solo, possivelmente atrasando a semeadura dos cultivos de primeira safra.

Por outro lado, áreas do Sealba, que abrange os estados de Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia, podem enfrentar redução no armazenamento de água no solo, o que pode afetar os cultivos de terceira safra em fases sensíveis, mas favorecer as operações de colheita.

Em grande parte do Brasil Central, os níveis de umidade no solo podem permanecer baixos, o que pode ser benéfico para a conclusão da safra de grãos 2022/23. No entanto, a irregularidade das chuvas em uma faixa que se estende do Mato Grosso até o Espírito Santo pode manter a umidade no solo em níveis baixos, impactando a semeadura e o início do desenvolvimento dos cultivos de primeira safra. Em contrapartida, áreas de Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul de Minas Gerais devem contar com um nível de umidade no solo adequado para atender as fases iniciais da safra 2023/24.

Na Região Sul, onde se prevê níveis elevados de umidade no solo, os cultivos de inverno em enchimento de grãos e maturação, além das fases iniciais dos cultivos de primeira safra, podem ser beneficiados. No entanto, o excesso de chuva em algumas áreas pode levar a problemas, como excedente hídrico, impactos na colheita dos cultivos de inverno, aumento da incidência de doenças fúngicas e dificuldades na semeadura dos cultivos de primeira safra.


Temperaturas Acima da Média

Quanto às temperaturas, a previsão aponta para médias superiores à média em grande parte do país, com destaque para áreas de Mato Grosso, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí e oeste da Bahia, onde as temperaturas podem superar os 29°C. Algumas localidades no sul de Mato Grosso do Sul e parte da Região Sul podem experimentar temperaturas próximas ou ligeiramente abaixo da média, especialmente em dias consecutivos de chuva, onde os valores podem cair abaixo de 20°C. Em regiões de maior altitude dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, temperaturas inferiores a 16°C podem ocorrer devido a dias consecutivos de chuva e à influência de massas de ar frio.


Reportagem por Amanhecer Agrícola
Fonte: Mapa