Minas Gerais busca o status de livre de febre aftosa sem vacinação, exigindo a atualização anual dos dados do rebanho como medida fundamental.

Bois um do lado do outro.

Minas Gerais dá passos importantes em direção ao status de "livre de febre aftosa sem vacinação", um reconhecimento internacional conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A medida, que implica a suspensão da vacinação obrigatória contra febre aftosa, foi autorizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em março deste ano. Agora, o estado está focado em cumprir as etapas necessárias para alcançar esse reconhecimento.


Atualização Anual dos Dados do Rebanho

Uma das etapas fundamentais para a busca desse reconhecimento é a atualização anual dos dados dos rebanhos mineiros. Produtores de diversas espécies, incluindo bovinos, bubalinos, galinhas, peixes, abelhas, ovinos e caprinos, têm agora a obrigação de atualizar suas informações junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).


Monitoramento Sanitário Eficiente

A atualização dos dados do rebanho é crucial para o efetivo monitoramento sanitário estadual. O objetivo é fornecer informações detalhadas sobre a população animal suscetível à febre aftosa nos últimos 24 meses, segmentadas por espécie. A suspensão da vacinação exige que os produtores estejam cientes da necessidade de manter seus registros atualizados.

"Os produtores estavam acostumados a vacinar seus animais contra febre aftosa nos meses de maio e novembro. Agora, temos a tarefa de conscientizá-los sobre a necessidade de realizarem a atualização cadastral de seus rebanhos para uma efetiva vigilância sanitária em Minas e a consequente conquista do reconhecimento internacional de livre da doença sem a necessidade de vacinação", explica Antônio Carlos de Moraes, diretor-geral do IMA.


Múltiplas Opções de Atualização

A atualização dos dados do rebanho pode ser realizada através do Portal do Produtor Rural, acessado pelo site do IMA. Para aqueles que ainda não possuem acesso ao portal, é necessário se cadastrar. Além disso, os produtores têm a opção de atualizar seus dados por e-mail ou presencialmente em uma das unidades do IMA no estado. Vale ressaltar que, além dos dados do rebanho, os produtores também devem declarar a vacinação contra raiva de diversas espécies.


Consequências da Não Atualização

Produtores que não cumprirem a obrigação de atualizar seus dados podem enfrentar restrições significativas. Eles poderão ser impedidos de emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento oficial para o trânsito de animais, bem como de acessar a Ficha Sanitária Animal até que ocorra a atualização do cadastro das explorações pecuárias.


Benefícios para a Agropecuária Mineira

A retirada da vacinação contra febre aftosa representa um avanço para a agropecuária mineira, abrindo portas para a exportação da carne produzida no estado. Diversos países exigem atestados sanitários que confirmam a inexistência da doença, o que possibilita um ganho econômico para os produtores, uma vez que não precisam mais arcar com os custos da compra de vacinas e da contratação de profissionais para a aplicação dos imunizantes.


Histórico de Minas Gerais em Relação à Febre Aftosa

Minas Gerais não registra casos de febre aftosa desde 1996. A vacinação era uma exigência no estado por mais de 70 anos. Em 2001, o estado foi classificado como livre de febre aftosa com vacinação. No Brasil, alguns estados e regiões já conquistaram o status de "livre da doença sem vacinação", incluindo Santa Catarina, Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, e áreas dos estados do Amazonas e de Mato Grosso.


Reportagem por Amanhecer Agrícola, 
Fonte: Agricultura/MG,
Foto: Divulgação/IMA