Boletim Agrometeorológico destaca desafios e avanços nas lavouras do estado durante a última semana

Lavoura


O Rio Grande do Sul enfrentou uma semana de intensas chuvas e baixas temperaturas, trazendo desafios e impactos significativos para a agricultura do estado. O Boletim Integrado Agrometeorológico No 29/2023, divulgado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (SEAPI), revelou informações cruciais sobre o período de 13 a 19 de julho, abrangendo diferentes culturas e setores.

As chuvas persistentes e o frio acentuado foram resultado do deslocamento de uma frente fria combinada com a presença de um ciclone extratropical no oceano. Essas condições mantiveram a nebulosidade e as precipitações em diversas regiões, especialmente na Metade Leste do estado, onde temporais isolados foram registrados.

Os totais de chuva variaram entre 40 e 80 mm na maioria das localidades, com alguns municípios registrando volumes acima de 100 mm. Destacam-se as cidades de Camaquã, Porto Alegre, Capão do Leão, Caçapava do Sul, Caxias do Sul, Canguçu e Bagé, com volumes mais elevados de precipitação.

A temperatura mínima atingiu valores negativos, chegando a -2,0°C em Bagé e Dom Pedrito, no dia 18/7, enquanto a máxima foi de 21,3°C em Torres, no dia 13/7.


Semeadura quase concluída, mas danos em algumas lavouras

A semana registrou avanços significativos na semeadura de trigo, atingindo 95% da área projetada. Entretanto, as lavouras semeadas anteriormente às chuvas intensas causadas pelo ciclone extratropical sofreram danos, como erosão do solo e escorrimento superficial, especialmente em áreas de convergência de terrenos e nas zonas de maior tráfego de maquinário. Apesar disso, a maioria das áreas semeadas não precisará ser replantada. O estabelecimento inicial da cultura superou as safras anteriores, apresentando um desenvolvimento altamente satisfatório, mesmo em condições de baixa insolação.







Aveia Branca e Canola: Impacto do vento e chuvas nas lavouras


A semeadura de aveia branca foi tecnicamente encerrada, com as lavouras bem estabelecidas. O porte mais elevado das plantas, no entanto, favoreceu o acamamento em algumas áreas, inviabilizando a colheita de grãos, que foi utilizada para forragem animal ou como planta de cobertura de solo. A semeadura de canola também foi finalizada, com estabelecimento inicial adequado, mas as chuvas e ventos ocasionaram estragos pontuais, especialmente nas lavouras da região de Ijuí.


Produção de Olerícolas e Pastagens: Desafios e reflexos

O excesso de umidade no solo trouxe desafios para a produção de olerícolas, Olerícolas são culturas agrícolas de valor comercial que englobam hortaliças, legumes e verduras, essenciais para o agronegócio alimentar. com estufas e áreas de cultivo afetadas pela passagem do ciclone em algumas regiões. A produção de tomate e pimentão no Litoral Norte também sofreu com enxurradas e ventos, com previsão de redução na oferta e problemas na qualidade dos frutos. Na pecuária, as chuvas causaram acúmulo de barro, dificultando o manejo dos animais e aumentando problemas de contaminação durante a ordenha. Muitos produtores optaram por alimentar o gado no cocho, utilizando reservas de silagem e feno, devido à queda nos preços do leite.


Apesar dos desafios impostos pelas condições climáticas, é notável o comprometimento e esforço dos agricultores em monitorar e proteger suas culturas. Com a conclusão da semeadura de diversas culturas e um desenvolvimento inicial satisfatório, espera-se que o clima seja mais favorável nas próximas semanas, proporcionando um cenário mais otimista para a agricultura do Rio Grande do Sul. A SEAPI continua acompanhando de perto as condições meteorológicas e seu impacto no setor agrícola, buscando oferecer suporte e informações para os produtores enfrentarem os desafios do campo.