Número de cervejarias no país alcança 1.729 estabelecimentos, com destaque para o aumento em Minas Gerais e concentração no Sudeste

Um copo de cerveja


O Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou nesta quarta-feira os dados mais recentes do Anuário da Cerveja, revelando um crescimento significativo no setor cervejeiro brasileiro em 2022. Com um aumento de 11,6% em relação ao ano anterior, o número de cervejarias registradas no país chegou a 1.729 estabelecimentos, indicando um setor em expansão contínua.

O anuário revelou que nenhuma unidade da Federação apresentou diminuição no número de estabelecimentos cervejeiros. Um destaque notável foi o estado de Minas Gerais, que ultrapassou Santa Catarina, com um acréscimo de 33 cervejarias registradas em 2022, totalizando 222 estabelecimentos e alcançando a terceira posição no ranking. São Paulo permanece como o estado com o maior número de cervejarias registradas, totalizando 387 estabelecimentos, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 310 cervejarias.

A concentração de cervejarias continua sendo uma tendência na região Sudeste, que abriga 46,2% de todas as cervejarias do Brasil, com um total de 798 estabelecimentos registrados. A região Norte teve o maior crescimento relativo, com um aumento de 20% no número de estabelecimentos registrados em comparação a 2021, apesar de possuir apenas 36 cervejarias.

Outro dado interessante revelado pelo anuário é o aumento no número de municípios com pelo menos uma cervejaria. Agora, um em cada oito municípios brasileiros possui pelo menos uma cervejaria registrada, totalizando 722 municípios. Isso representa um aumento de 7,4% na dispersão geográfica em comparação a 2021, quando havia cervejarias registradas em 672 municípios. No entanto, Acre, Amapá e Roraima continuam sendo as únicas unidades federativas que possuem apenas um município com presença de cervejaria.



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O crescimento do setor cervejeiro é um reflexo do seu impacto positivo na economia nacional. O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Estima-se que em 2023 o volume de vendas alcance 16,1 bilhões de litros, um aumento de 4,5% em relação a 2022, de acordo com dados da Euromonitor International para o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv).

Márcio Maciel, presidente executivo do Sindicerv, ressaltou o potencial do mercado cervejeiro nacional e seu impacto na economia, destacando que a cadeia produtiva da cerveja contribui com mais de 2 milhões de empregos diretos, indiretos e induzidos, gerando 2% do Produto Interno Bruto do país. Além disso, para cada emprego em uma cervejaria, são criados 34 novos postos de trabalho em toda a cadeia produtiva, de acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o Sindicerv.

Gilberto Tarantino, presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), destacou a maturidade do mercado de cerveja artesanal e o papel empreendedor das micro, pequenas e médias cervejarias. Segundo ele, o setor continua crescendo, expandindo-se para todo o território nacional e impulsionando a economia local, graças ao alto poder de inovação e diversidade de produtos.

O anuário também revelou que a densidade cervejeira no Brasil aumentou, com uma cervejaria registrada para cada 123.376 habitantes. Isso representa um aumento de 10,4% na densidade em comparação a 2021. Santa Catarina lidera a densidade cervejeira, com uma cervejaria para cada 34.132 habitantes, enquanto São Paulo ocupa a sexta posição, com uma cervejaria para cada 120.540 habitantes.

No que diz respeito aos registros de produtos, as cervejarias brasileiras alcançaram 42.831 produtos e 54.727 marcas de cerveja. Houve um aumento de 19,8% no número de novos produtos registrados em relação a 2021, o que demonstra a diversidade e inovação do setor. A maioria dos registros de produtos concentra-se nas regiões Sul e Sudeste, representando 91,8% do total.

Em relação às exportações, houve uma pequena redução em 2022 em comparação a 2021. Foram exportados 200.588.542 kg de cerveja, representando uma queda de 16,8%. Apesar da redução no volume exportado, o valor total das exportações brasileiras teve uma redução menor, de 8,7% em relação ao ano anterior. O preço médio do produto exportado aumentou em 9,1%, demonstrando uma valorização.

A importação de cerveja pelo Brasil também diminuiu, provavelmente devido à maior oferta de produtos nacionais. A quantidade importada caiu cerca de 19,1% em 2022 em comparação a 2021. A Bélgica foi o maior mercado de importação brasileiro, correspondendo a 34,3% do valor total das importações de cerveja.

O setor cervejeiro continua desempenhando um papel importante na geração de empregos no país, com mais de 42.000 empregos diretos. A região Sudeste é responsável por 57,8% desses empregos, seguida pelas regiões Nordeste (16,8%) e Sul (14,7%). O evento de divulgação do Anuário da Cerveja contou com o apoio de várias associações e entidades ligadas ao setor, destacando sua relevância para a economia nacional.

O Anuário da Cerveja de 2022 evidencia o crescimento constante do setor cervejeiro brasileiro, tanto em termos de quantidade de cervejarias registradas quanto em impacto econômico. Com um crescimento de 11,6% em relação ao ano anterior, o setor demonstra sua força e potencial para impulsionar a economia nacional.


Fonte: gov.br / Ministério da Agricultura e Pecuária

Texto por: Amanhecer Agrícola