O alto volume de chuva preocupa agricultores e preço do trigo em queda no Rio Grande do Sul

Trigo.
Imagem de Tom por Pixabay


Nos últimos três dias, o mercado de trigo no Brasil apresentou flutuações significativas nos preços, com destaque para os estados do Paraná e Rio Grande do Sul, conforme dados fornecidos pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). Essas variações são cruciais para entender o cenário atual e as perspectivas para o setor de trigo no país.


Trigo no Paraná:

No Paraná, o preço médio do trigo, referência CEPEA/ESALQ, atingiu R$ 1.065,47 por tonelada em 18 de setembro de 2023. Isso representa um leve aumento de 0,09% em relação ao dia anterior. No entanto, ao avaliar o desempenho no mês, observa-se uma queda de 7,87%. Em termos de dólar, o valor ficou em US$ 219,55 por tonelada.

Essa variação diária positiva parece ser uma resposta às quedas anteriores nos preços, com destaque para a queda acentuada de 3,61% registrada em 13 de setembro. No entanto, o mercado continua enfrentando pressões de baixa, com uma retração mensal de quase 8%.


Trigo no Rio Grande do Sul:

No Rio Grande do Sul, o preço médio do trigo, também referência CEPEA/ESALQ, foi de R$ 1.141,76 por tonelada em 18 de setembro de 2023, registrando uma diminuição de 0,04% em relação ao dia anterior. No entanto, no contexto mensal, o estado apresenta uma queda de 5,96%. Em dólar, o valor atingiu US$ 235,27 por tonelada.

Aqui, as variações foram menos acentuadas, mas ainda indicam uma tendência de baixa no mercado de trigo. O preço registrou uma queda de 1,43% em 15 de setembro.




Grãos de café.



Chuvas

As recentes e frequentes chuvas que têm atingido o estado do Rio Grande do Sul têm gerado preocupações significativas entre os agentes de mercado, sobretudo no que se refere à produção de trigo. Essa inquietação é alimentada pelas potenciais implicações dessas precipitações nas lavouras de trigo, uma vez que a umidade excessiva já está provocando o surgimento de doenças nas plantações, o que poderá prejudicar a qualidade dos grãos. A Emater, órgão de extensão rural do estado, tem alertado para a elevação da umidade nas lavouras, destacando a necessidade de medidas preventivas para mitigar as perdas.

No entanto, mesmo com esse cenário de desafios climáticos, os preços do trigo no Brasil continuam a registrar quedas acentuadas. Esse fenômeno é resultado direto do avanço da colheita nacional e do consequente aumento da disponibilidade interna do cereal. Com a oferta superando a demanda, a pressão sobre os preços persiste, levando a uma situação desafiadora para os produtores.

A conjuntura atual reflete a complexidade e a volatilidade inerentes ao setor agrícola, onde fatores climáticos, oferta e demanda, e condições de mercado desempenham um papel crucial. Os agricultores enfrentam o dilema de lidar com as adversidades climáticas enquanto buscam otimizar a produção e manter a competitividade em um mercado globalizado.

À medida que a temporada de cultivo avança e a situação climática continua a evoluir, os atores do setor agropecuário permanecerão atentos às mudanças nas condições das lavouras e nos mercados, buscando adaptar-se às circunstâncias em constante transformação para garantir o abastecimento de trigo de qualidade à população brasileira.