Concessões recentes do Selo Arte a agroindústrias paulistas com inspeção municipal impulsionam a comercialização de produtos artesanais em todo o Brasil

Pote de mel

As agroindústrias do estado de São Paulo estão comemorando as recentes concessões do Selo Arte, que agora incluem produtos inspecionados por Serviços de Inspeção Municipal (SIMs). O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) iniciou a liberação dessas concessões nos últimos meses, impulsionando o setor. O Selo Arte permite a comercialização de produtos artesanais em todo o território nacional, desde que sejam inspecionados municipal ou estadualmente.

No estado de São Paulo, mais de 200 produtos já foram autorizados a utilizar o Selo Arte, sendo 46 deles provenientes de agroindústrias com inspeção municipal. A legislação federal que instituiu o selo é relativamente recente, datando de 2018. Até meados de 2023, as concessões eram exclusivas para produtos com inspeção estadual, conhecida como SISP Artesanal.

Em outubro do ano passado, o Mapa começou a receber as demandas dos SIMs diretamente nas superintendências estaduais, acelerando o processo de concessão. Atualmente, a Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (SFA-SP) é responsável pela análise documental, solicitação de ajustes (se necessário) e encaminhamento dos processos para homologação no Mapa, que publica os nomes dos estabelecimentos e produtos específicos no site oficial.

Rodrigo Cortez, chefe substituto da Divisão de Desenvolvimento Rural da SFA-SP, informou que, desde outubro, cinco estabelecimentos solicitaram o Selo Arte, incluindo um de mel, três de queijos e um de iogurtes. Dos cinco pedidos, quatro já foram autorizados em Brasília, incluindo dois méis, 28 queijos, 12 iogurtes e duas coalhadas (labane). O quinto pedido aguarda a apresentação de uma documentação adicional solicitada pela SFA-SP.

Guilherme Campos, superintendente da SFA-SP, destaca que o Selo Arte visa promover produtos singulares, preservando a tradição e cultura regionais. Ele expressa otimismo quanto ao aumento da demanda, destacando a riqueza de São Paulo na produção de queijos, manteigas, doce de leite, méis e subprodutos de carnes e pescados.


Mudança de Paradigma para Agroindústrias Paulistas

A Família Rossato, uma queijaria de Pilar do Sul especializada em queijos de leite de búfala, foi a primeira a conquistar o Selo Arte no estado. Caio Rossato, produtor da família, destaca a transformação nos negócios: "Antes só podíamos vender no município. Agora temos nossos queijos em Salvador, Porto Alegre, Florianópolis, Rio de Janeiro. A demanda é maior que a nossa produção."

A Queijaria do Jordão, em Pindamonhangaba, também obteve a autorização do Mapa para usar o Selo Arte. O queijeiro Manoel Afonso Barroso, vindo de Portugal, desenvolve um queijo artesanal de pasta mole, semelhante ao famoso Serra da Estrela português, mas utilizando leite pasteurizado de vaca Jersey. Manoel destaca que o Selo Arte abrirá oportunidades para expandir as vendas em todo o Brasil.

A empresa Spazio Benedetti, de Amparo, foi aprovada para dois selos de mel artesanal. João Eduardo Benedetti, proprietário, ressalta a importância do Selo Arte para ampliar o alcance de seus produtos. Ele destaca o apoio da prefeitura de Amparo no processo de obtenção do selo, afirmando que "esse selo muda tudo porque vamos ampliar nosso consumidor final."

Compromisso com a Qualidade

Rodrigo Cortez, da SFA-SP, enfatiza que o Selo Arte não substitui a inspeção regular dos produtos junto aos serviços de inspeção (SIF, SIE ou SIM). A partir deste ano, as superintendências nos estados realizarão auditorias junto aos estabelecimentos que obtiveram a concessão do selo, garantindo que os produtos atendam aos critérios de artesanalidade e demais normativas do Mapa.


Reportagem por Amanhecer Agrícola
Foto: Spazio Benedetti | Divulgação/Mapa
Fonte: Mapa