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segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Mutirão Regulariza a Situação de Piscicultores no Norte de Minas

Governo de Minas e parceiros promovem mutirão para regularizar 32 piscicultores no Norte de Minas.

Peixes.


No mês de setembro, o Governo de Minas, através das Secretarias de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), em parceria com a Agência de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável do Brasil (Adesb), promoveu um mutirão de regularização de piscicultores nos municípios de Buritizeiro e Pirapora, localizados na região Norte de Minas.


32 Produtores de Peixes Beneficiados

No total, 32 aquicultores da região deram início ao processo de regularização, visando garantir segurança jurídica em suas produções e acesso às políticas públicas voltadas para o desenvolvimento da atividade produtiva. Neide Aparecida Santos, vice-presidente da Adesb, destacou: "Os nossos objetivos foram orientar e cadastrar as propriedades dos pequenos produtores rurais, incentivando-os a executar projetos de piscicultura."

Aproximação do Governo com os Produtores


Uma característica importante deste mutirão foi a iniciativa de levar os órgãos do Estado até os produtores, simplificando o processo. Frederico Ozanam de Souza, assessor técnico da Seapa, afirmou: "Ao invés de o produtor vir até os órgãos do Estado, o Governo de Minas foi até o produtor. Essa foi a principal entrega que nós fizemos, nos aproximarmos do produtor."


Benefícios da Regularização e Registro

O cadastro e registro de piscicultores oferecem uma ampla gama de benefícios, que vão desde a regulamentação e proteção ambiental até o estímulo ao desenvolvimento econômico e à segurança alimentar. Caio Alexandre Santos Caxico Vieira, gestor ambiental do IEF, destacou: "Além disso, é importante que os aquicultores reconheçam os benefícios da formalização e do cumprimento das regulamentações para que possam aproveitar ao máximo as oportunidades que essa atividade oferece."


A Importância da Ação Estratégica

Lucinei Cárpio, coordenadora da Superintendência Regional de Meio Ambiente do Norte de Minas, vinculada à Semad, enfatizou a importância da aproximação entre o governo e os piscicultores, mencionando que "Nesse mutirão, percebemos a necessidade que o pequeno produtor rural tem de informações e a importância de ações integradas entre as unidades da administração pública, de forma que a prestação do serviço seja relevante e contribua para que eles possam obter o seu sustento e andar em conformidade com a lei."


Projeto de Criação de Tilápias na Microrregião de Pirapora

No próximo mês, um projeto de criação de tilápias será iniciado na microrregião de Pirapora, com recursos de R$ 500 mil de emendas parlamentares. O projeto prevê a distribuição de 55 mil alevinos e ração, além de assistência técnica especializada. Para ser beneficiado pela ação, os piscicultores precisam estar regularizados.


Mutirão de Regularização na Zona da Mata em Outubro

A ação de regularização de piscicultores não se limitará apenas ao Norte de Minas. Em outubro, está previsto um mutirão semelhante na Zona da Mata, que é conhecida por ser um polo produtor de peixes ornamentais.


Piscicultura em Minas Gerais

Minas Gerais é conhecido como a "caixa d'água do Brasil" devido à sua contribuição significativa na formação de rios e bacias hidrográficas cruciais para o país. Em 2022, a produção de peixes em todo o estado atingiu 54,7 mil toneladas, representando um aumento de 11,4% em comparação com o ano anterior, de acordo com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). No Norte de Minas, a região contava com 150 piscicultores, produzindo cerca de 50 toneladas de tilápia por ano, conforme estimativas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).


Reportagem por Amanhecer Agrícola
Fonte: Agricultura/MG
Foto: Divulgação/Seapa

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Suplemento revolucionário: Como o fígado de aves está transformando a piscicultura e reduzindo custos

Estudo revela que aditivos alimentares derivados de proteínas de fígado de aves podem melhorar a saúde e reduzir custos de produção de tilápias criadas em sistemas intensivos.

Tilápia
Destinationkho, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons


Um recente estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa A Universidade Federal de Viçosa é uma universidade pública brasileira, com sua sede localizada na cidade de Viçosa, no estado de Minas Gerais, possuindo campus também nas cidades de Rio Paranaíba e Florestal
Fonte: Wikipedia
em parceria com a Embrapa trouxe resultados promissores para a piscicultura brasileira. O estudo apontou que o uso de aditivos alimentares à base de hidrolisados de proteínas de fígado de aves pode fortalecer a defesa celular de tilápias criadas em sistemas intensivos. Além de trazer relevância científica, a descoberta possui implicações econômicas significativas, considerando que o Brasil é um dos maiores produtores de carne de frango, dispondo assim de matéria-prima abundante para a produção dos aditivos.



A descoberta científica

Os pesquisadores conduziram testes alimentares em tilápias, comparando grupos alimentados com hidrolisados de proteínas de fígado de aves e grupos controle. Os resultados indicaram uma redução significativa na formação de proteínas carboniladas nas brânquias dos peixes que consumiram os aditivos. As proteínas carboniladas são indicadores de lesões celulares causadas por danos oxidativos. A diminuição dessas lesões nas tilápias alimentadas com os hidrolisados sugere que o aditivo estava prevenindo e reduzindo danos celulares, tornando os peixes mais resistentes e menos propensos a doenças.


O estresse na piscicultura

Peixes criados intensivamente em viveiros frequentemente enfrentam situações estressantes, como durante o manejo de classificação, quando são expostos ao ar e têm a captação de oxigênio pelas brânquias reduzida. Esse tipo de estresse desencadeia desordens metabólicas, incluindo a produção de espécies reativas de oxigênio, que causam danos às células por meio de radicais livres. A presença dessas espécies reativas de oxigênio pode comprometer a saúde dos peixes, resultando em menor consumo de ração, crescimento prejudicado e maior susceptibilidade a doenças.







O papel dos aditivos alimentares

Os aditivos alimentares surgem como uma estratégia promissora para proteger os peixes desses estresses e melhorar a resistência celular. Eles têm a capacidade de aumentar o consumo de ração, melhorar a utilização de nutrientes e fortalecer a tolerância ao estresse em sistemas de manejo intensivo. Nesse contexto, os hidrolisados proteicos, derivados do fígado de aves, se mostraram especialmente eficazes na alimentação das tilápias, proporcionando-lhes maior capacidade de tolerar e se recuperar dos efeitos do estresse.


Benefícios econômicos e sustentáveis

Além dos benefícios para a saúde dos peixes, a pesquisa destaca a importância econômica dos aditivos alimentares. A alimentação dos peixes pode representar até 70% dos custos totais de produção em sistemas intensivos, tornando-a um fator crucial para a viabilidade econômica da piscicultura. A substituição de ingredientes tradicionalmente utilizados por outros mais acessíveis, como os de origem vegetal ou hidrolisados proteicos derivados de subprodutos da indústria avícola, pode reduzir significativamente os custos de produção e tornar a atividade mais sustentável.


Potencial do Brasil na produção de aditivos

O Brasil, como um dos principais produtores de carne de frango no mundo, possui vasta matéria-prima disponível para a produção de hidrolisados proteicos. As vísceras das aves, incluindo o fígado, representam uma parcela significativa do peso vivo do animal, tornando esse subproduto uma alternativa viável, sustentável e econômica para a produção de aditivos alimentares. Isso reforça a importância de explorar e aproveitar os recursos disponíveis no país, contribuindo para a indústria da piscicultura e para a utilização inteligente de subprodutos da indústria avícola.


O estudo realizado pela Universidade Federal de Viçosa e Embrapa trouxe resultados promissores para a piscicultura brasileira ao evidenciar os benefícios dos aditivos alimentares à base de fígado de aves na melhoria da defesa celular de tilápias criadas em sistemas intensivos. Além de fortalecer a saúde dos peixes, esses aditivos podem reduzir os custos de produção, tornando a atividade mais sustentável e economicamente viável. O potencial do Brasil na produção de hidrolisados proteicos a partir de subprodutos da indústria avícola abre caminhos para a pesquisa e o desenvolvimento de estratégias nutricionais inovadoras na aquicultura, beneficiando tanto o setor produtivo quanto o meio ambiente.


Fonte: EMBRAPA