Em 2023 já foram registrados 34 produtos classificados como de baixo impacto, o que evidencia a crescente preocupação com práticas agrícolas sustentáveis

Pulverizador

O Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária divulgou recentemente o Ato n° 32, que traz o registro de 30 novos produtos formulados, ou seja, defensivos agrícolas prontos para serem utilizados pelos agricultores. Dentre esses, seis são classificados como de baixo impacto, quatro dos quais são destinados ao uso na agricultura orgânica. Essa atualização reforça o crescente compromisso com práticas agrícolas sustentáveis no Brasil, visando proteger o meio ambiente e a saúde humana.

Um dos destaques entre os produtos biológicos é a vespinha Diachasmimorpha longicaudata, que obteve o primeiro registro no país como "produto fitossanitário com uso aprovado para a agricultura orgânica". Esse produto apresenta uma solução inovadora para o controle de diversas espécies de moscas-das-frutas, incluindo a mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae), uma praga de grande relevância econômica para o Brasil. O registro desse produto também contribui para o programa de supressão da Bactrocera carambolae, conduzido pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).






A chefe da Divisão de Registro de Produtos Formulados, Tatiane Nascimento, enfatizou a importância desse registro, ressaltando que além de ser um produto com ativo novo, ele traz consigo uma opção de controle biológico para uma das pragas mais devastadoras para os cultivos. Com isso, a agricultura brasileira passa a contar com uma alternativa mais sustentável para combater as infestações de moscas-das-frutas, protegendo a produção de uma diversidade de frutos e estimulando práticas ambientalmente responsáveis.

Outro destaque nos registros é o fungicida mefentrifluconazole, que demonstra a evolução contínua da indústria de defensivos agrícolas no país. Esse novo ativo químico apresenta ação de controle contra uma ampla variedade de patógenos em diferentes cultivos, além de possuir propriedades protetoras e curativas, atuando em várias fases de desenvolvimento dos fungos. O fato de o mefentrifluconazole já possuir registro em outros países como Estados Unidos e União Europeia corrobora a sua eficácia e segurança.

Ao longo deste ano, já foram registrados um total de 151 produtos, sendo que 34 deles são classificados como de baixo impacto, enfatizando a crescente preocupação do setor com a adoção de práticas agrícolas sustentáveis. Essa tendência representa um importante passo para reduzir o impacto ambiental causado pelo uso de agroquímicos e promover uma agricultura mais amigável ao meio ambiente.

Ademais, é relevante ressaltar que alguns dos produtos registrados são defensivos agrícolas genéricos que utilizam ingredientes ativos já previamente registrados no país. A disponibilidade de defensivos genéricos é um elemento chave para reduzir a concentração do mercado, aumentar a concorrência entre os fabricantes e, consequentemente, favorecer um comércio mais justo e acessível para a agricultura brasileira.

Todos os produtos registrados passaram por rigorosas análises e aprovações dos órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, garantindo que atendam aos critérios científicos e estejam alinhados com as melhores práticas internacionais. Esse processo assegura que os defensivos agrícolas disponíveis no mercado sejam seguros para o uso adequado e eficientes na proteção das lavouras, sem comprometer a saúde das pessoas e o equilíbrio do ecossistema.

A inclusão de novos defensivos agrícolas, especialmente aqueles classificados como de baixo impacto, reflete um importante avanço no cenário agrícola brasileiro. Essa busca por soluções mais sustentáveis e menos agressivas ao meio ambiente reforça o compromisso do setor em promover a agricultura responsável e a preservação dos recursos naturais para as gerações futuras. Com a adoção dessas práticas, o Brasil caminha rumo a uma agricultura mais verde, competitiva e consciente de sua responsabilidade socioambiental.


Fonte: Mapa