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terça-feira, 3 de outubro de 2023

Projeto de Pesquisa de Identificação de Mastite em Rebanho Leiteiro é Realizado no RS

Projeto de pesquisa identifica alta incidência de mastite subclínica em rebanhos leiteiros no RS, com foco em prevenção e orientação.

No primeiro plano um bovino e no fundo rebanhos bovinos.


A mastite, uma inflamação da glândula mamária em bovinos leiteiros, é um problema de grande impacto na produção agrícola. Ela não apenas reduz a produtividade do leite, mas também pode ter consequências graves, incluindo a mortalidade dos animais afetados. Para abordar essa questão de grande relevância para a saúde e economia da cadeia produtiva, o Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor (IPVDF), vinculado à Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/Ascar-RS, realiza o projeto "Detecção de agentes microbianos em mastites clínicas ou subclínicas no rebanho leiteiro bovino e sua sensibilidade aos antibióticos usuais". Recentemente, foram apresentados os primeiros resultados desse projeto em reuniões com produtores rurais de Eldorado do Sul e Guaíba, no Rio Grande do Sul.


Mastite em Rebanhos Leiteiros: Um Problema de Impacto

A mastite em rebanhos leiteiros bovinos é uma condição que afeta a saúde dos animais e a produção de leite. Ela pode ocorrer tanto de forma clínica, visivelmente perceptível, quanto de forma subclínica, em que os sintomas são menos evidentes. Ambas as formas podem causar prejuízos significativos para os produtores, resultando em redução da produtividade leiteira e despesas com tratamentos veterinários.


Primeiros Resultados Reveladores

Na primeira fase da pesquisa, foram realizadas análises em propriedades rurais de Eldorado do Sul e Guaíba, ambas assistidas pela Emater. Os resultados surpreenderam, pois revelaram que 37,5% das propriedades rurais apresentavam mastite subclínica, enquanto 25% das vacas leiteiras tinham a doença de forma subclínica. Esses números destacam a importância de abordar essa questão de forma eficaz e sistemática.


O Papel da Emater/Ascar-RS na Pesquisa

O projeto em questão visa não apenas detectar e identificar os agentes microbianos responsáveis pela mastite, mas também avaliar a sensibilidade desses agentes aos antibióticos comuns. Além disso, a pesquisa tem como objetivo qualificar as orientações dadas aos produtores em relação à prevenção da doença.

Uma etapa crucial desse projeto é a colaboração com a Emater/Ascar-RS, que desempenha um papel fundamental na assistência aos produtores. Os médicos veterinários dessa organização auxiliam na implementação de medidas de prevenção, tais como práticas de higiene adequadas. Essas medidas são adaptadas à realidade de cada propriedade rural, visando à redução do impacto da mastite.


Próximos Passos e Expectativas

Uma segunda fase de análise será conduzida nas mesmas propriedades após a implementação das medidas preventivas. A expectativa é repetir a pesquisa a partir da segunda quinzena de novembro, com o intuito de avaliar a eficácia dessas medidas na redução da incidência de mastite.

Fernando Karam, chefe substituto do IPVDF, enfatiza que os exames laboratoriais são realizados pelo laboratório de bacteriologia do IPVDF, como parte de suas atividades de rotina. Os resultados são posteriormente compartilhados com a Emater, que, por sua vez, orienta os produtores com base nas informações laboratoriais. Essa colaboração entre as instituições envolvidas e a cadeia produtiva demonstra o compromisso com a resolução desse problema de saúde animal.


Perspectivas para o Futuro

O projeto atual tem previsão de continuidade até dezembro deste ano, e há a possibilidade de renovação para 2024. Além disso, considerando a importância do tema e a necessidade de abordagens preventivas eficazes, existe a perspectiva de expansão do projeto para outros municípios e regiões do Estado do Rio Grande do Sul. Essa expansão poderia beneficiar um número ainda maior de produtores rurais, contribuindo para a melhoria da saúde e da produtividade dos rebanhos leiteiros no estado.


A pesquisa em andamento realizada pelo Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor, em colaboração com a Emater/Ascar-RS, tem como objetivo enfrentar o problema da mastite em rebanhos leiteiros bovinos. Os primeiros resultados revelaram uma alta incidência de mastite subclínica nas propriedades rurais avaliadas, destacando a importância da pesquisa e das medidas de prevenção a serem implementadas.


Reportagem por Amanhecer Agrícola
Fonte: Mapa
Foto: de sbm86 por Pixabay

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Castanheira-da-Amazônia: Mostra ser Uma Aliada na Recuperação de Solos Degradados na Amazônia

Pesquisas da Embrapa indicam que castanheiras-da-amazônia são eficazes na recuperação de solos degradados, promovendo restauração ambiental e oportunidades econômicas.

Castanheiras.
Foto: Roberval Lima, retirada de Embrapa


A Amazônia enfrenta um desafio significativo de restauração de solos degradados, com mais de 5 milhões de hectares necessitando de recuperação. No entanto, uma descoberta promissora aponta para a eficácia das castanheiras-da-amazônia (Bertholletia excelsa) na reabilitação dessas áreas. Este estudo realizado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) destaca a capacidade notável dessa espécie para recuperar solos em áreas onde a floresta foi retirada.


Recuperação de Solos Degradados

A pesquisa se concentra em cultivos de castanheiras implantados em áreas previamente degradadas, que eram usadas como pastagens no estado do Amazonas. O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Roberval Lima, ressalta que a castanheira demonstrou uma capacidade de crescimento adaptada a esses solos degradados, tornando-se uma candidata promissora para a restauração.


Respiração do Solo

Um aspecto crucial da pesquisa é a análise da "respiração do solo", que envolve uma série de fatores bioquímicos que afetam a qualidade do solo. Os estudos compararam a capacidade de respiração do solo e a emissão de gases em diferentes ecossistemas dentro do bioma amazônico. Os resultados indicam que os plantios de castanheiras apresentam melhorias significativas na qualidade do solo, restaurando suas características químicas, físicas e a presença de microrganismos.


Comparação com Áreas de Pastagem

Pesquisas revelaram que os solos em plantios de castanheiras têm uma qualidade 50% superior àquela de áreas de pastagem degradadas. Em comparação com ecossistemas naturais e áreas pós-desmatamento, os plantios de castanheira mostraram uma tendência notável em direção à recuperação de solos semelhantes aos de uma floresta natural.


Fazenda Aruanã: Um Caso de Sucesso

Um dos locais de destaque para essa pesquisa é a Fazenda Aruanã, no município de Itacoatiara, Amazonas, que agora abriga o maior plantio de castanheiras do mundo, com cerca de 1,3 milhão de árvores. Esta área, que antes era pasto degradado, foi transformada em um exemplo de restauração bem-sucedida. O pesquisador Roberval Lima conduz estudos na fazenda desde a década de 1990, contribuindo para o manejo silvicultural e a produção de frutos e madeira. Hoje, a área está totalmente recuperada, trazendo benefícios ambientais, como a restauração do solo e a atração da fauna, além de oportunidades econômicas.


Ciência Contribui para Aumento da Produção de Castanhas

O Brasil é o maior produtor mundial de castanhas-da-amazônia, com cerca de 33 mil toneladas por ano. No entanto, a capacidade de expansão da produção por meio do extrativismo está chegando ao limite. A ciência tem desempenhado um papel fundamental na antecipação do tempo de produção das castanheiras. Com técnicas silviculturais recomendadas, é possível reduzir o tempo de germinação das sementes de 18 para 6 meses, além de utilizar enxertia de copa e clones precoces selecionados para antecipar a produção de frutos.


Importância da Preservação da Mata Nativa

É crucial manter faixas de mata nativa entre as áreas de plantio de castanheira para favorecer a presença de polinizadores. Na Fazenda Aruanã, faixas de mata de 500 metros foram preservadas entre os plantios para estimular a polinização das castanheiras.


As castanheiras-da-amazônia podem desempenhar um papel fundamental na recuperação de solos degradados na Amazônia, contribuindo para a restauração ambiental e oferecendo oportunidades econômicas para as comunidades locais. À medida que a pesquisa continua a avançar, a utilização sustentável dessa espécie pode se tornar uma peça fundamental na preservação desse bioma vital.


Fonte de informações: Embrapa

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Consulta Pública Aberta para Revisão de Procedimentos de Importação de Aves Ornamentais e Ovos Férteis

Portaria Nº 877 propõe atualizações nos critérios e padrões, permitindo participação da sociedade na revisão

Pavão

Está em andamento um importante processo de consulta pública que busca revisar e aprimorar os procedimentos relacionados à importação de aves ornamentais e seus ovos férteis. Através da Portaria Nº 877, proposta pela Secretaria de Defesa Agropecuária, a revisão tem como foco a modernização das regras e padrões que regem a importação e quarentena dessas espécies, bem como os requisitos para o credenciamento de estabelecimentos quarentenários.

A atualização proposta busca substituir a Instrução Normativa nº 49/2018, visando oferecer diretrizes mais eficientes e alinhadas às necessidades atuais. Um dos aspectos destacados nas revisões é a simplificação do processo de quarentena para aves de companhia. Uma das sugestões é permitir que os períodos de quarentena para essas aves ocorram diretamente no domicílio de seus proprietários, sem a obrigatoriedade de uma manifestação de negativa de vaga por parte da Estação Quarentenária de Cananéia (EQC).

Já no caso das aves ornamentais destinadas a fins comerciais, os importadores serão responsáveis por designar um colaborador para realizar tarefas essenciais de manejo, alimentação e limpeza das gaiolas. Esse colaborador atuará sob a supervisão de um responsável técnico pela quarentena (RT), seguindo as rigorosas normas de biossegurança estabelecidas pela Estação Quarentenária de Cananéia.

A participação social é um pilar fundamental nesse processo de revisão. A consulta pública, com duração de 60 dias, visa a coletar contribuições e sugestões da sociedade, especialistas e demais partes interessadas. Essas sugestões, para serem consideradas, devem ser devidamente fundamentadas tecnicamente e encaminhadas através do Sistema de Monitoramento de Atos Normativos (Sisman), também da Secretaria de Defesa Agropecuária.

É importante ressaltar que o acesso ao Sisman requer um cadastro prévio no Sistema de Solicitação de Acesso (SOLICITA). Essa abordagem visa a garantir que as contribuições sejam bem embasadas e direcionadas para a melhoria efetiva dos procedimentos em questão *.





A iniciativa de abrir uma consulta pública para revisar esses procedimentos demonstra o compromisso do órgão responsável em promover a transparência e a participação ativa da sociedade. Através desse processo, a Secretaria de Defesa Agropecuária busca aprimorar as regras que regem a importação de aves ornamentais e ovos férteis, assegurando um equilíbrio entre a conservação das espécies e a facilitação do comércio legal.

Em um mundo cada vez mais interconectado e consciente da importância da biodiversidade, iniciativas como essa refletem a busca por soluções alinhadas aos interesses de todos os envolvidos. A consulta pública não apenas possibilita uma revisão mais abrangente e completa das regulamentações, mas também fortalece a relação entre governo, cidadãos e setores envolvidos, promovendo decisões mais embasadas e bem fundamentadas.

Saiba mais aqui.

Fonte: Mapa.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Mapa e ABDI lançam terceiro edital do programa Agro 4.0

Certame visa selecionar projetos-pilotos que adotam tecnologias 4.0 e focam em gestão estratégica de dados na produção agropecuária

Drones e o Agro 4.0 - Imagem de DJI-Agras por Pixabay

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em conjunto com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), anunciou o lançamento do terceiro edital do programa Agro 4.0. Este edital busca identificar e apoiar projetos-pilotos que estejam buscando implementar uma plataforma de dados voltada para a produção agropecuária. Dentre os aspectos primordiais, destacam-se a adoção e a disseminação das tecnologias de manufatura inteligente no setor agrícola, com foco especial nas associações, cooperativas de produtores rurais e agroindústrias.

O escopo da plataforma a ser desenvolvida tem como finalidade a coleta e o armazenamento de informações referentes à produção agropecuária por parte dos produtores rurais afiliados. Adicionalmente, espera-se que ela realize a preparação desses dados, promova a integração com outras bases, proporcione a modelagem, análise e visualização de informações estratégicas, com o intuito de gerar insights e recomendações que agreguem valor ao setor.

Para a efetivação dos projetos, os participantes são requisitados a compor um grupo de trabalho composto por, no mínimo, três entidades: a empresa âncora, o produtor rural e/ou o provedor de soluções tecnológicas. O edital em questão possui três categorias vinculadas à Gestão Estratégica de Dados de Produção: agricultura, pecuária e agroindústria. A ABDI disponibilizou recursos no montante de R$ 1.125.000,00, destinados à seleção de até três projetos, totalizando um investimento de R$ 375 mil para cada um deles.

As inscrições estarão abertas até o dia 18 de setembro, e a participação seguirá cinco etapas: inscrição, seleção dos projetos, implementação das ações de adoção e disseminação das tecnologias, avaliação dos projetos e acompanhamento dos resultados. A lista dos projetos selecionados, prevista para ser divulgada em até três meses após o encerramento das inscrições, dará aos três vencedores um período de um ano para desenvolver seus projetos-pilotos. Aqueles interessados em se inscrever podem fazê-lo por meio do site oficial do edital.







Alessandro Cruvinel, diretor de Apoio à Inovação para Agropecuária da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI/Mapa), realçou a relevância dessa parceria institucional, estabelecida desde 2020, como um apoio crucial na aceleração da transformação digital no setor. Segundo ele, "a iniciativa promove a elaboração de projetos-pilotos, fortalecendo a adoção de plataformas de gestão de bancos de dados, para atender de maneira colaborativa aos agentes da produção agropecuária brasileira".

Isabela Gaya, analista de Produtividade e Inovação da ABDI e coordenadora do programa Agro 4.0, salientou que a gestão estratégica pode ser um catalisador para a implementação de melhorias nos processos, a identificação de novos produtos e modelos de negócios, bem como para o aumento da competitividade no setor. Ela afirmou que "a gestão de dados pode auxiliar produtores, cooperativas e agroindústria na melhoria das decisões estratégicas, promovendo um aumento na produtividade, eficiência e sustentabilidade do setor produtivo".

O Programa Agro 4.0 é uma colaboração entre o Mapa, a ABDI e parceiros institucionais, com o objetivo de estimular a adoção de tecnologias que automatizam e interconectam processos industriais, conhecidas como tecnologias 4.0. Isso inclui inteligência artificial, computação em nuvem, robótica, internet das coisas, entre outras. A iniciativa atua por meio de editais, disseminação de informações e realização de eventos com foco na utilização de soluções que promovam a eficiência, produtividade e redução de custos no setor agrícola.

Fonte: Mapa

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Floresta conservada aumenta em quatro vezes a produtividade de açaí de terra firme

Estudo revela aumento significativo na produtividade do açaí de terra firme com preservação da biodiversidade natural

Abelha canudo
Jonathan Wilkins, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

Açaí, uma riqueza natural da Amazônia

A região amazônica é conhecida por sua rica biodiversidade e seus recursos naturais valiosos. Entre eles, destaca-se o açaí (Euterpe oleracea), uma palmeira de grande importância econômica e cultural. O açaí é amplamente consumido por suas propriedades nutricionais e pelo sabor característico de seus frutos, que são usados na produção de sucos, sorvetes e diversos outros produtos.

No entanto, um estudo pioneiro realizado por cientistas da Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Meio Ambiente, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso (IFMT), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal de Goiás (UFG) revelou que a presença de grandes áreas de vegetação nativa no entorno ou próximas aos plantios de açaí em terra firme pode aumentar em até quatro vezes a produtividade desse cultivo em comparação com áreas sem floresta.



A importância da polinização e a descoberta do estudo

A polinização desempenha um papel fundamental na produção de frutos do açaí, uma vez que a planta é de polinização cruzada e requer agentes polinizadores para transferir o pólen entre as flores masculinas e femininas. No estudo, os pesquisadores se concentraram na polinização integrada de cultivos e avaliaram o impacto da introdução de colônias de abelhas nativas da Amazônia, especificamente da espécie Scaptotrigona postica, também conhecida como abelha canudo, em áreas de cultivo de açaizeiro em terra firme.

Para isso, foram selecionadas nove áreas de plantio de açaí em terra firme, localizadas em sete municípios do estado do Pará, com diferentes graus de floresta no entorno. Metade dessas áreas recebeu a introdução das colônias de abelhas canudo, enquanto a outra metade serviu como controle, sem a presença das colônias. O estudo comparou a produtividade entre esses dois grupos e os resultados foram surpreendentes.



A importância da conservação da floresta na produtividade do açaí

Os resultados da pesquisa mostraram que as áreas com grande quantidade de vegetação nativa ao redor dos plantios de açaí apresentaram um aumento de 433% na produtividade em comparação com as áreas sem floresta. As abelhas canudo introduzidas contribuíram para um aumento de 30% no número total de visitas de abelhas às flores do açaí. No entanto, elas também reduziram em 60% a abundância de abelhas silvestres e em 50% a diversidade de espécies de insetos presentes.

Os cientistas enfatizam que as abelhas manejadas têm potencial para aumentar a produção de frutos de açaí, mas não substituem o papel fundamental da floresta na provisão de serviços de polinização. Em áreas com mata preservada, as abelhas introduzidas aumentam o número de visitas às flores, mas reduzem a abundância e a diversidade de espécies silvestres. Além disso, a preservação de florestas reduz os custos para os produtores, que não precisam adquirir ou alugar colônias de abelhas.



Os benefícios da restauração florestal e a relação com a agricultura

O estudo destaca a importância da restauração florestal como uma estratégia fundamental para aumentar a produtividade, a lucratividade e a sustentabilidade da agricultura. A preservação das áreas de floresta não apenas beneficia o ecossistema natural e a biodiversidade, mas também proporciona um ambiente propício para a polinização e o aumento da produtividade dos cultivos.

Os pesquisadores enfatizam que os produtores devem considerar não apenas o manejo das abelhas, mas também o manejo da paisagem, criando corredores de mata entre os plantios e promovendo a diversidade de polinizadores nativos. Essa abordagem integrada permitirá uma maior eficiência na polinização e garantirá a sustentabilidade da produção agrícola a longo prazo.







Impacto econômico e social

Além dos benefícios ambientais, a conservação da floresta e o aumento da produtividade do açaí têm um impacto significativo no aspecto econômico e social. O estudo revelou que, nas áreas com pelo menos 40% de floresta conservada, houve um aumento de cerca de 433% na produtividade do açaí em comparação com as áreas com apenas 10% de cobertura florestal. Isso resultou em um aumento considerável no lucro dos produtores, que foi estimado em cerca de 34 mil reais por hectare ao ano.

Os custos envolvidos no manejo das abelhas, como a aquisição ou aluguel de colônias, foram considerados desnecessários nas áreas com maior cobertura florestal, uma vez que a presença da floresta natural já garante a polinização. Portanto, os produtores nessas áreas podem obter lucros sem precisar investir nesses custos adicionais.

A preservação da floresta e o manejo adequado das áreas de cultivo também têm um impacto social positivo, uma vez que garantem a conservação da biodiversidade, a proteção dos recursos naturais e a manutenção dos modos de vida tradicionais das comunidades locais.



O estudo revelou que a preservação da floresta é fundamental para aumentar a produtividade e a lucratividade do cultivo de açaí em terra firme. Embora as abelhas nativas tenham potencial para aumentar a produção, a diversidade de polinizadores e a presença da floresta são insubstituíveis. Os produtores devem considerar a restauração florestal, o manejo adequado da paisagem e a integração de múltiplas espécies de abelhas nativas para garantir a sustentabilidade da produção agrícola e a conservação da biodiversidade.

Através do manejo responsável e do uso adequado dos recursos naturais, é possível obter benefícios ambientais, econômicos e sociais duradouros. A conservação da floresta e o desenvolvimento agrícola sustentável são peças-chave para garantir um futuro próspero e equilibrado para as gerações presentes e futuras na Amazônia e em todo o mundo.

Fonte: Embrapa


sexta-feira, 7 de julho de 2023

Itaipu Binacional e Embrapa unem-se em pesquisa de solo e água e solicitam apoio da comunidade

Programa AISA busca parceria com produtores rurais para estudos nas bacias dos rios Iguatemi, Amambai e Ivinhema, no Mato Grosso do Sul

Rio Amambai
Rio Amambai
Rio Amambai


Pesquisadores da Itaipu Binacional e da Embrapa estão em busca de apoio dos produtores rurais do Mato Grosso do Sul para desenvolverem um estudo crucial sobre solo e água. O projeto, realizado no âmbito do Programa AISA (Ação Integrada de Solo e Água), visa aprimorar o conhecimento dos solos nas bacias dos rios Iguatemi, Amambai e Ivinhema, e aperfeiçoar a previsão do volume de água que chega ao reservatório da Itaipu após a ocorrência de chuvas. Com o auxílio dos produtores, a ciência poderá avançar em direção a uma agricultura mais sustentável e à conservação do meio ambiente.

A parceria entre a Itaipu Binacional e a Embrapa tem como objetivo estudar o comportamento dos solos para melhorar o cálculo do volume de água que chega ao reservatório de Itaipu. Com base nesse conhecimento, serão tomadas medidas preventivas para evitar a erosão e garantir a disponibilidade de água para a produção de energia elétrica. A colaboração dos produtores rurais é essencial para o sucesso dos estudos. "Os pesquisadores, devidamente identificados, irão acessar as fazendas, e contamos com o apoio dos proprietários para que facilitem o acesso", explica Hudson Lissoni Leonardo, da Divisão de Apoio Operacional da Itaipu Binacional.

Para alcançar os objetivos propostos, os pesquisadores precisam realizar a coleta de amostras de solo, para o que contarão com a colaboração dos produtores rurais. Serão cavadas trincheiras e, nas proximidades, serão realizadas avaliações de infiltração e condutividade de água no solo. Esse processo dura aproximadamente 6 horas, e ao final, as trincheiras serão preenchidas novamente com o material retirado. Em outros casos, a coleta de amostras de solo será mais simples, utilizando-se trados.

As atividades estão programadas para começar em julho, e a primeira etapa do estudo se estenderá até fevereiro de 2024. Durante esse período, propriedades nos municípios de Dourados, Itaporã, Douradina, Antônio João, Maracaju, Sidrolândia, Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhante, Deodápolis, Fátima do Sul, Vicentina, Glória de Dourados, Caarapó, Laguna Carapã e Ponta Porã serão visitadas. A segunda etapa ocorrerá ao longo de 2024, com visitas nas regiões de Aral Moreira, Amambai, Juti, Naviraí, Coronel Sapucaia, Tacuru, Paranhos, Iguatemi, Eldorado, Japorã, Mundo Novo, Itaquiraí, Jateí, Novo Horizonte do Sul, Ivinhema, Angélica, Taquarussu, Nova Andradina, Batayporã e Sete Quedas.



Veja mais (a reportagem continua): Soja subindo no Paraná



O Programa AISA, que reúne a Embrapa, a Itaipu Binacional, o IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) e a Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo), tem como desafio utilizar a ciência e a tecnologia para a conservação dos solos e da água. Com 16 projetos de pesquisa e transferência de tecnologias, abrange uma extensa área de 228 municípios do Paraná e do Mato Grosso do Sul, de grande importância nacional para a produção de energia e agropecuária.

O chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste, Rafael Zanoni Fontes, ressalta que a pesquisa a campo na região drenada pelos rios Ivinhema, Amambai e Iguatemi é de suma importância para o aumento da qualidade dos sistemas de produção e o aprimoramento do Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Além disso, contribuirá para o desafio de inovação na mitigação e prevenção da degradação dos solos e da água, por meio da adoção de sistemas conservacionistas de produção agrícola, pecuária e florestal.

A colaboração dos produtores rurais é fundamental para o sucesso desses estudos, que visam beneficiar não apenas a Itaipu Binacional, mas toda a sociedade que depende da gestão e conservação responsável do solo e da água. Os resultados dessas pesquisas têm o potencial de gerar tecnologias e práticas que tornarão as propriedades mais produtivas e sustentáveis, contribuindo para o desenvolvimento agrícola e ambiental da região.


Fonte: Embrapa e Itaipu Binacional