segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Mapa Participa de Workshop na República Dominicana para Debater Ação Climática na Agricultura

Evento visa promover ações sustentáveis e fortalecer relações de trabalho no setor agrícola

Nuvens carregadas no céu.
Imagem de Džoko Stach por Pixabay


Integrantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) participaram de um importante evento na República Dominicana na última semana, onde se reuniram para discutir a implementação da ação climática na agricultura e na segurança alimentar. O 4° Workshop sobre o Trabalho Conjunto de Sharm El-Sheikh, sob a perspectiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC), reuniu representantes do setor agrícola com o intuito de aprimorar suas capacidades em negociações e fortalecer as relações de trabalho, além de abordar práticas sustentáveis em um contexto global. A iniciativa visa criar soluções para os desafios que as mudanças climáticas representam para a agricultura e a segurança alimentar, preparando o terreno para a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 (COP 28).


Agricultura e Mudanças Climáticas: Os Desafios em Questão

A agricultura desempenha um papel fundamental no contexto das mudanças climáticas, uma vez que é afetada por esses fenômenos, ao mesmo tempo em que pode contribuir significativamente para a redução das emissões de carbono. Nos planos nacionais e acordos internacionais, os países das Américas e do Caribe reconhecem a vulnerabilidade do setor agrícola às alterações climáticas e suas implicações para as comunidades, produtores e a segurança alimentar da região.

Nesse sentido, o 4° Workshop em Sharm El-Sheikh teve como um de seus objetivos principais abordar os progressos nas ações para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas na agricultura e na segurança alimentar. Durante as palestras e discussões, foram destacados pontos de consenso relativos ao financiamento de projetos e ações em níveis nacionais, bem como o compartilhamento de informações e melhores práticas para enfrentar os desafios climáticos.




Colheitadeira colhendo.



Fortalecimento das Relações e Parcerias Internacionais

Uma das facetas essenciais do evento foi a parceria entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA Brasil). Essa colaboração permitiu uma representação sólida do Brasil no workshop, com Bruno Brasil, diretor do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação (Depros/SDI/Mapa), atuando como o representante brasileiro. A participação conjunta ressaltou a importância do engajamento do Brasil no cenário internacional, ao mesmo tempo em que alinhou os interesses e objetivos do país com as discussões sobre agricultura e mudanças climáticas.


Preparando o Terreno para a COP 28

O programa planejado para a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 (COP 28), que ocorrerá em Dubai, foi um dos pontos de destaque durante o workshop. Os participantes debateram questões cruciais relacionadas ao desenvolvimento sustentável dos sistemas alimentares e à segurança alimentar global. Foi discutida a representação das vulnerabilidades do setor agrícola às mudanças climáticas e como esses desafios podem ser enfrentados e superados.


O 4° Workshop sobre o Trabalho Conjunto de Sharm El-Sheikh na perspectiva da CQNUMC foi um passo importante no caminho para enfrentar os desafios das mudanças climáticas na agricultura e na segurança alimentar. As discussões e conclusões alcançadas durante o evento irão alimentar as ações e estratégias futuras para lidar com os impactos climáticos no setor agrícola, fortalecendo a colaboração internacional e preparando o terreno para a COP 28. Este encontro demonstra o compromisso do Brasil e de outros países das Américas e do Caribe em encontrar soluções sustentáveis para garantir a segurança alimentar global e a resiliência do setor agrícola em face das mudanças climáticas.


Fonte: Mapa

sábado, 16 de setembro de 2023

MAPA Altera Calendário de Semeadura da Soja em Cinco Estados para Combater a Ferrugem Asiática

MAPA ajusta calendário de semeadura da soja em cinco estados para combater a ferrugem asiática, mudança não agrada a todos.

Plantação sendo colhida.
Imagem de Charles Echer por Pixabay


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) anunciou nesta sexta-feira a publicação da Portaria nº 886, que traz alterações no calendário de semeadura da soja para a safra 2023/2024. As mudanças afetam os estados da Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina, com o objetivo de aprimorar as medidas fitossanitárias para combater a ferrugem asiática da soja, uma das doenças mais prejudiciais à cultura.


Bahia: Redução de Duração do Calendário

No caso da Bahia, o novo período de semeadura vai de 1º de outubro a 31 de dezembro de 2023, reduzindo-se de 100 para 92 dias. Essa alteração atendeu a uma solicitação do Órgão Estadual de Defesa Sanitária Vegetal.


Rondônia: Período Único de Semeadura

Em Rondônia, em resposta à solicitação do Órgão Estadual de Defesa Sanitária Vegetal, o calendário de semeadura foi unificado para o estado como um todo, abrangendo o período de 11 de setembro a 20 de dezembro de 2023.




Vaca no pasto.



Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul: Calendários Diferenciados

Nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, foram consideradas as solicitações dos Órgãos Estaduais de Defesa Sanitária Vegetal, além de razões técnicas relacionadas às condições geoclimáticas e aos arranjos produtivos em diferentes regiões. Isso levou à criação de calendários diferenciados dentro de cada um desses estados.

- Paraná: Foi dividido em três regiões, com os seguintes períodos de semeadura:

1. Primeira região: de 20 de setembro a 18 de janeiro de 2024.
2. Segunda região: de 11 de setembro a 20 de dezembro de 2023.
3. Terceira região: de 17 de setembro a 15 de janeiro de 2024.

- Rio Grande do Sul: Também foi dividido em três regiões, com os seguintes períodos de semeadura:

1. Primeira região: de 1º de outubro a 18 de janeiro de 2024.
2. Segunda região: de 1º de outubro a 28 de janeiro de 2024.
3. Terceira região: de 1º de outubro a 08 de janeiro de 2024.

- Santa Catarina: Foi dividido em quatro regiões, com os seguintes períodos de semeadura:

1. Primeira região: de 13 de outubro a 10 de fevereiro de 2024.
2. Segunda e terceira regiões: de 02 de outubro a 30 de janeiro de 2024.
3. Quarta região: de 02 de outubro a 10 de janeiro de 2024.


Essas medidas visam combater a ferrugem asiática da soja, uma das doenças mais graves que afetam a cultura. A estratégia é parte do Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), com o objetivo de otimizar o uso de fungicidas e reduzir os riscos de desenvolvimento de resistência do fungo Phakopsora pachyrhizi às substâncias químicas utilizadas em seu controle.

A ferrugem asiática pode causar danos significativos à produção de soja, variando de 10% a 90% em regiões onde a praga atinge níveis epidêmicos. As alterações no calendário de semeadura visam minimizar esses riscos e garantir a sustentabilidade da produção de soja nos estados afetados.


Nem todos gostaram

(Conforme Globo) Apesar das negociações com o governo, as alterações não atenderam completamente às demandas da região (sul). Os estados do Sul argumentaram que a janela de plantio mais curta pode prejudicar o cultivo de outras culturas antes da soja, afetando especialmente os pequenos produtores. No entanto, o Rio Grande do Sul considerou as mudanças satisfatórias, enquanto Santa Catarina e o Paraná lamentaram a falta de flexibilidade. O novo calendário foi regionalizado, variando de 100 a 120 dias de plantio.


Fonte: Mapa

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Enchentes no Rio Grande do Sul Impactam Severamente Setor Leiteiro em Crise

As enchentes no Rio Grande do Sul prejudicaram gravemente o setor leiteiro, afetando pastagens, produção de leite e infraestrutura dos produtores.

Vaca no pasto.
Imagem de 1195798 por Pixabay



O setor leiteiro no Rio Grande do Sul, que já enfrentava desafios significativos nos últimos anos, encontra-se agora em uma situação ainda mais crítica devido às recentes enchentes que assolaram o estado. Os danos provocados por esse desastre natural são consideráveis, com aproximadamente 10 mil hectares de pastagens destruídos e uma perda estimada de 500 mil litros de leite que não puderam ser coletados, além da inundação de silos. Mais de 800 produtores de leite, principalmente das regiões da Serra e do Vale do Taquari, foram diretamente afetados, enfrentando danos em suas instalações e a trágica perda de animais.

O presidente da Associação de Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang, destaca que esse agravamento da situação ocorre após três anos de prejuízos no setor leiteiro, causados por estiagens e condições desfavoráveis para a produção de alimentos para o gado. Além disso, o preço pago ao produtor pelo litro de leite esteve consistentemente abaixo do custo de produção nos meses de junho, julho, agosto e setembro, que normalmente representam um período de melhor remuneração devido à entressafra. O atual excesso de chuvas e inundações somente aumenta as dificuldades enfrentadas pelos produtores.




Molusco.




Tang ressalta a preocupação primordial com as vidas humanas afetadas por essas enchentes e destaca que a prioridade imediata é prestar assistência às pessoas atingidas, incluindo as que estão desaparecidas e as que perderam a vida. Ele enfatiza que a vida humana não tem preço e que estão sendo organizados esforços de ajuda por meio de mutirões. Além disso, Tang apela para que as autoridades competentes e as entidades se unam para identificar e abordar as necessidades reais da comunidade afetada.

O dirigente também chama a atenção para a gravidade da situação em relação à produção de alimentos para o gado no estado, que já enfrentava desafios antes das enchentes. Ele sugere que, talvez, seja necessário importar alimentos para suprir a demanda. Para um setor que já se encontrava em uma situação delicada, as enchentes representam uma calamidade adicional, impactando não apenas os produtores, mas também suas famílias e a estrutura de suas propriedades.

As enchentes recentes no Rio Grande do Sul agravaram uma situação já precária no setor leiteiro, que vinha enfrentando dificuldades relacionadas à estiagem, preços baixos e condições desfavoráveis de produção. A prioridade agora é prestar assistência às pessoas afetadas, enquanto o setor busca se recuperar dessas perdas significativas e planejar um futuro mais estável e resiliente.


Uma tragédia

As enchentes, associadas a intensos ventos e abundantes precipitações, causaram um impacto devastador na região sul do Brasil, com o Estado do Rio Grande do Sul sendo o mais severamente atingido. Lamentavelmente, mais de 40 pessoas perderam suas vidas, enquanto milhares de outras sofreram os efeitos diretos dessa tragédia, resultando em inúmeras pessoas desalojadas.


Fonte: Gadolando - Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul

Programa Nacional de Moluscos Bivalves Seguros (MoluBis) é Lançado para Garantir a Qualidade e Segurança dos Produtos

O Ministério da Agricultura lançou o Programa MoluBis para garantir a segurança dos moluscos bivalves destinados ao consumo humano.

Molusco bivale.
Imagem de Stefan Schweihofer por Pixabay


O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou hoje a implementação do Programa Nacional de Moluscos Bivalves Seguros (MoluBis), por meio da Portaria nº 884. O programa tem como objetivo principal realizar o controle higiênico-sanitário dos moluscos bivalves destinados ao consumo humano ou animal, estabelecendo requisitos mínimos para garantir a segurança e qualidade desses produtos. Além disso, o programa inclui um rigoroso sistema de monitoramento e fiscalização para assegurar o cumprimento desses requisitos.

A Portaria divulgada nesta sexta-feira substitui o Programa Nacional de Controle Higiênico-sanitário de Moluscos Bivalves (PNCMB), que estava em vigor desde 2012. Ela unifica as diretrizes da Instrução Normativa Interministerial MPA/MAPA nº 7/2012 e das Portarias anteriores (MPA nº 204/2012; MPA nº 175/2013; SDA/MAPA 48/2016) em uma única norma. Além disso, o novo regulamento atualiza parâmetros e procedimentos após uma revisão técnica minuciosa, alinhando as normas nacionais com os padrões internacionais do Codex Alimentarius.

O diferencial do MoluBis reside na sua abordagem de saúde única, que envolve o monitoramento periódico das condições ambientais e dos animais presentes nas áreas de cultivo ou extração de moluscos bivalves. Os resultados desses monitoramentos são determinantes para a retirada e subsequente inspeção dos produtos destinados ao consumo humano ou animal. Além disso, a nova legislação amplia o escopo de contaminantes analisados, incluindo a monitorização de metais pesados e de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), além das análises já realizadas anteriormente, como as de Escherichia coli e ficotoxinas na carne dos moluscos bivalves.




Colheitadeira colhendo.




Devido à natureza desses organismos aquáticos, que atuam como filtradores, o risco de contaminação biológica é constante. Portanto, o comércio de moluscos bivalves exige padrões de segurança rigorosos, dado que esses animais têm a capacidade de concentrar microrganismos e substâncias químicas presentes no ambiente. Além disso, é comum que sejam consumidos após um mínimo processamento, muitas vezes crus ou malcozidos e inteiros com as vísceras, o que reforça a necessidade de regulamentações robustas.

Ana Lúcia Viana, diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, ressalta que o objetivo principal do MoluBis é a implantação e implementação do programa em todos os estados onde ocorre o cultivo ou extração de moluscos bivalves para consumo. Isso visa mitigar o risco de toxinfecções alimentares, que podem variar de moderadas a graves, e até mesmo fatais. A ampla implantação do programa em áreas de atividade relacionada aos moluscos bivalves tem como resultado esperado a salvaguarda da saúde humana.

Como em outros programas de controle oficial, o MoluBis leva em consideração as particularidades regionais, que devem ser detalhadas nos Planos Estaduais do Programa. No entanto, essas particularidades não devem comprometer a sustentabilidade da cadeia produtiva nem a segurança dos produtos alimentares oferecidos aos consumidores.

O Programa Nacional de Moluscos Bivalves Seguros (MoluBis) já está em vigor e representa um importante passo na garantia da segurança alimentar relacionada a esses produtos, promovendo a proteção da saúde pública e a qualidade da oferta de moluscos bivalves no mercado nacional. Para mais informações, acesse a página oficial do programa.


Fonte: Mapa

Agronegócio Brasileiro Alcança Marcas Históricas em Exportações de Agosto: US$ 15,63 Bilhões

Em agosto de 2023, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram US$ 15,63 bilhões, com destaque para milho, soja e farelo de soja.

Imagem de Charles Echer por Pixabay



As exportações do agronegócio brasileiro alcançaram um marco significativo em agosto de 2023, registrando um total de US$ 15,63 bilhões em vendas para o mercado internacional. Esse valor representa um aumento de 6,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior, consolidando-se como um dos melhores desempenhos já registrados para o mês de agosto. Além disso, esse montante corresponde a uma parcela significativa das exportações totais do Brasil, representando 50,4% do total exportado pelo país.

De acordo com a análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), dois fatores principais contribuíram para esse resultado notável: o aumento na quantidade exportada e a redução nos preços internacionais dos produtos agrícolas.

O primeiro fator pode ser atribuído à safra recorde de grãos colhida durante o ciclo 2022/2023, que expandiu substancialmente a capacidade de excedente exportável do país. Esse aumento na produção permitiu ao Brasil atender à crescente demanda global por alimentos.

O segundo fator, a queda nos preços internacionais dos alimentos, também contribuiu para impulsionar as exportações, tornando os produtos brasileiros mais competitivos nos mercados internacionais.

Entre os produtos que se destacaram no mês de agosto estão o milho, a soja em grãos, o farelo de soja, o açúcar e a carne de frango in natura.




Trator.




O milho, em particular, alcançou um recorde mensal em valor e quantidade, com exportações totalizando US$ 2,21 bilhões e 9,33 milhões de toneladas, respectivamente. A China desempenhou um papel importante, absorvendo cerca de um quarto das exportações de milho brasileiro.

As exportações de soja em grãos atingiram um novo recorde, atingindo US$ 4,19 bilhões, com um aumento de 12,3%. O volume exportado também registrou um novo pico, chegando a 8,39 milhões de toneladas, um aumento de 41,1%. A China, como principal destino desse produto, ampliou sua participação nas importações brasileiras.

O farelo de soja, por sua vez, registrou vendas de US$ 1,19 bilhão, impulsionado por um volume recorde de 2,41 milhões de toneladas exportadas. A União Europeia permanece como o principal destino desse produto, com aquisições no valor de US$ 504,29 milhões.

Além disso, as exportações de carne de frango in natura totalizaram 425 milhões de toneladas, com um aumento de 3,3% em comparação com o ano anterior, resultando em uma cifra de US$ 780 milhões.

O açúcar também registrou um desempenho notável, com vendas externas de US$ 1,78 bilhão, representando um aumento de 48,7%. A quantidade exportada atingiu 3,63 milhões de toneladas, um novo recorde para o mês de agosto. A China figura como o principal comprador tanto da carne de frango in natura quanto do açúcar brasileiro.

No acumulado do ano, de janeiro a agosto de 2023, as exportações brasileiras de produtos do agronegócio somaram US$ 112,68 bilhões, refletindo um aumento de 4,2%. Esse crescimento se deve, em grande parte, à expansão na quantidade exportada, apesar da queda de 5,2% nos preços dos produtos. Destacam-se as vendas de soja em grãos, açúcar e milho como os principais impulsionadores desse desempenho favorável ao longo do ano.

O agronegócio brasileiro continua a desempenhar um papel crucial na economia do país, contribuindo para o fortalecimento das exportações e para o suprimento da demanda global por alimentos.



Fonte: Mapa

Será Necessário um Maquinário Agrícola? | Perguntas e Respostas

Analisaremos nessa reportagem a necessidade de maquinário agrícola, que é um dilema complexo que depende de muitos fatores, envolvendo escala, custos e sustentabilidade.

Trator em um campo.
Imagem de Tom por Pixabay


Será que é necessário um maquinário? Essa é uma pergunta que surge frequentemente quando se trata de agricultura e atividades relacionadas. A decisão de adquirir ou utilizar um maquinário agrícola, como um trator ou colheitadeira, depende de uma série de fatores que envolvem desde o tipo de cultura cultivada até as condições econômicas do produtor. Neste texto, discutiremos as situações em que o uso de maquinário agrícola é essencial e quando pode não ser tão necessário assim.


Quando pode ser necessário um maquinário agrícola:

1. Escalabilidade da produção: O uso de tratores e colheitadeiras é fundamental quando se busca escalabilidade na produção agrícola. Para fazendas comerciais que cultivam grandes extensões de terra, essas máquinas são indispensáveis para otimizar o tempo e os recursos.

2. Eficiência e produtividade: As máquinas agrícolas, como tratores, colheitadeiras e semeadoras, são projetadas para aumentar a eficiência e a produtividade nas operações agrícolas. Elas podem realizar tarefas em questão de horas ou minutos, que levariam dias ou semanas se fossem feitas manualmente.

3. Culturas de grande escala: Culturas de grande escala, como grãos, cana-de-açúcar e algodão, exigem o uso de maquinário agrícola para serem viáveis em termos de tempo e recursos. Essas máquinas podem plantar, cultivar, colher e processar grandes áreas de terra de forma muito mais eficiente do que o trabalho manual.

4. Redução de custos a longo prazo: Embora o investimento inicial em maquinário agrícola possa ser alto, a longo prazo, ele pode levar a uma redução significativa nos custos de produção. Isso ocorre devido à redução na necessidade de mão de obra manual e à maior eficiência nas operações.

5. Condições climáticas desfavoráveis: Em regiões com condições climáticas imprevisíveis, como chuvas intensas ou secas prolongadas, o maquinário agrícola pode ser essencial para realizar o plantio e a colheita dentro de janelas de tempo curtas e críticas.


Quando o maquinário agrícola pode não ser tão necessário:

1. Pequenas propriedades familiares: Em pequenas propriedades familiares, onde a escala de produção é limitada, o investimento em maquinário agrícola pode não ser justificável. Nessas situações, o trabalho manual ou o uso de ferramentas simples podem ser mais adequados.

2. Culturas de subsistência: Quando o objetivo da agricultura é principalmente a subsistência da família e não a comercialização em larga escala, o maquinário agrícola pode não ser necessário. Muitas comunidades rurais ao redor do mundo ainda dependem de métodos tradicionais de agricultura devido à falta de recursos financeiros.

3. Culturas de ciclo curto: Algumas culturas, como hortaliças de ciclo curto, podem ser cultivadas de forma eficaz sem o uso de maquinário agrícola, especialmente quando a área de plantio é limitada. Nessas situações, o trabalho manual ou ferramentas simples podem ser mais práticos.

4. Sustentabilidade e agricultura orgânica: Em fazendas que adotam práticas agrícolas orgânicas e sustentáveis, pode haver uma preferência pelo uso mínimo de maquinário. O trabalho manual e o uso de métodos naturais podem ser mais alinhados com os princípios dessas práticas.

5. Custos operacionais elevados: Em algumas regiões, os custos operacionais associados ao maquinário agrícola, como combustível, manutenção e aquisição de peças de reposição, podem ser proibitivamente altos. Isso pode tornar mais econômico o uso de métodos manuais.


A necessidade de maquinário agrícola varia significativamente de acordo com as circunstâncias e os objetivos do produtor. É importante avaliar cuidadosamente cada situação para determinar se o uso de tratores, colheitadeiras e outras máquinas agrícolas é a escolha certa.

Além disso, é crucial considerar fatores econômicos, como custos de aquisição e operacionais, quando se decide investir em maquinário agrícola. Os agricultores devem pesar os benefícios de eficiência e produtividade oferecidos pelas máquinas em relação aos custos envolvidos.

É importante notar que, em muitas situações, uma abordagem equilibrada que combina o uso de maquinário agrícola quando necessário com métodos manuais pode ser a melhor solução. Isso permite aproveitar as vantagens da tecnologia sem comprometer a sustentabilidade e os recursos financeiros da propriedade agrícola.

Em resumo, a resposta à pergunta "Será que é necessário um maquinário?" depende da situação específica e das metas do produtor. Em muitos casos, o maquinário agrícola desempenha um papel vital na agricultura moderna, melhorando a eficiência, aumentando a produtividade e reduzindo os custos de produção. No entanto, em algumas situações, métodos manuais ou práticas agrícolas tradicionais podem ser mais apropriados e sustentáveis. Portanto, a decisão deve ser tomada com base em uma avaliação cuidadosa de todos os fatores envolvidos.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

IA avançando a tecnologia no campo e melhorando os resultados

Metodologia com IA da Embrapa aprimora mapeamento da intensificação agrícola no Cerrado, permitindo precisão de até 97% em Sorriso, Mato Grosso.

Trator no campo.
Imagem de andreas160578 por Pixabay


Uma metodologia pioneira baseada em algoritmos de classificação digital de imagens de satélites, impulsionados pela Inteligência Artificial (IA), está revolucionando o mapeamento da intensificação agrícola no Cerrado brasileiro. Desenvolvida por pesquisadores da Embrapa, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Universidade Federal de Uberlândia (UFU), essa abordagem inovadora oferece uma precisão de até 97% nas análises de imagens do município de Sorriso, em Mato Grosso, uma das principais regiões agrícolas do país.

A precisão desse mapeamento desempenha um papel crucial na avaliação do uso da terra e no planejamento da intensificação agrícola, fornecendo informações geoespaciais de alta qualidade para tomadores de decisão nos setores público e privado.

A metodologia desenvolvida utiliza algoritmos de IA para a classificação de imagens de satélite, combinando dados dos satélites Landsat, da NASA, e Sentinel-2, da ESA, em uma abordagem chamada Harmonized Landsat Sentinel-2 (HLS). Isso possibilita a identificação de áreas que cultivam até três safras diferentes em um único ano agrícola, uma prática em crescimento no Brasil.

De acordo com o pesquisador Édson Bolfe, da Embrapa Agricultura Digital e coordenador do projeto Mapeamento agropecuário no Cerrado via combinação de imagens multisensores - MultiCER, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), "os resultados demonstram a robustez da metodologia desenvolvida com foco na identificação de processos de dinâmica de uso da terra, como a intensificação agrícola".



Veja mais (a reportagem continua): Cotações do trigo em queda, de acordo com o CEPEA

Campo de trigo.



Um dos principais diferenciais dessa abordagem é a coleta rápida e precisa de informações de campo por meio do aplicativo AgroTag, desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente. O AgroTag permitiu a transferência automática de dados qualitativos e quantitativos para a nuvem, tornando-os disponíveis para os algoritmos de IA. Durante o projeto, o AgroTag aumentou em 25% a quantidade de áreas amostradas em comparação com métodos tradicionais de coleta.

O estudo mapeou a produção agrícola de 2021-2022 em Sorriso, escolhido por sua relevância econômica e agroambiental no contexto do Cerrado e do Brasil. A maioria dos mapeamentos existentes não rastreia a evolução das práticas de intensificação agrícola, como a produção de múltiplas safras na mesma área. O uso de algoritmos de aprendizado de máquina, como Random Forest e Extreme Gradient Boost, permitiu a análise de padrões espectrais e texturais complexos em conjuntos extensos de dados agrícolas, proporcionando uma identificação precisa de diferentes tipos de culturas, condições do solo e variáveis ambientais.

Os resultados deste projeto estão disponíveis gratuitamente para consulta no Repositório de Dados de Pesquisa da Embrapa (Redape). Além disso, a estrutura metodológica pode ser replicada em outras regiões do Cerrado com características semelhantes, tornando-a uma ferramenta valiosa para acadêmicos, autoridades públicas e o setor produtivo no planejamento agroambiental. Com essa abordagem avançada, o mapeamento da intensificação agrícola está dando um passo importante para promover práticas agrícolas mais sustentáveis e eficientes no Brasil.


Fonte: EMBRAPA

Cotações do trigo em queda, de acordo com o CEPEA

Cotações do trigo CEPEA/ESALQ mostram quedas nos preços médios no Paraná e Rio Grande do Sul, refletindo flutuações de mercado.

Campo de trigo com montanhas no fundo.
Imagem de sulox32 por Pixabay


A agropecuária é um setor fundamental para a economia brasileira, e o trigo é uma das culturas mais importantes dentro desse contexto. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) fornece informações essenciais sobre as cotações do trigo no mercado brasileiro. Hoje, vamos analisar as cotações recentes do trigo nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, destacando as variações nos preços médios.


Cotações do Trigo no Paraná:

No estado do Paraná, um dos principais produtores de trigo do Brasil, as cotações do trigo CEPEA/ESALQ têm demonstrado variações significativas nos últimos dias. Confira os números mais recentes:

- 13/09/2023: O preço médio do trigo no Paraná foi de R$ 1.050,05 por tonelada, representando uma queda de 3,61% em relação ao dia anterior. No acumulado do mês, houve uma queda de 9,20%, e o valor em dólares por tonelada foi de US$ 213,60.

- 12/09/2023: No dia anterior, o preço médio foi de R$ 1.089,37 por tonelada, com uma queda de 1,23%. No acumulado do mês, a queda foi de 5,80%, e o valor em dólares por tonelada foi de US$ 219,90.

- 11/09/2023: O preço médio registrado foi de R$ 1.102,96 por tonelada, com uma queda de 1,96% em relação ao dia anterior. No acumulado do mês, a queda foi de 4,63%, e o valor em dólares por tonelada foi de US$ 223,45.

- 08/09/2023: Nesse dia, o preço médio do trigo foi de R$ 1.125,06 por tonelada, representando uma queda de 0,31%. No acumulado do mês, a queda foi de 2,71%, e o valor em dólares por tonelada foi de US$ 225,69.

- 06/09/2023: Por fim, no dia 06 de setembro, o preço médio foi de R$ 1.128,60 por tonelada, com uma queda de 0,92%. No acumulado do mês, a queda foi de 2,41%, e o valor em dólares por tonelada foi de US$ 226,31.




Foto do evento.
Foto: Mapa



Cotações do Trigo no Rio Grande do Sul:

No Rio Grande do Sul, outro importante estado produtor de trigo, as cotações do trigo brando CEPEA/ESALQ também têm apresentado flutuações. Veja as informações mais recentes:

- 13/09/2023: O preço médio do trigo no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.162,81 por tonelada, com uma queda de 2,08% em relação ao dia anterior. No acumulado do mês, a queda foi de 4,22%, e o valor em dólares por tonelada foi de US$ 236,54.

- 12/09/2023: No dia anterior, o preço médio foi de R$ 1.187,53 por tonelada, com uma variação positiva de 0,02%. No acumulado do mês, a queda foi de 2,19%, e o valor em dólares por tonelada foi de US$ 239,71.

- 11/09/2023: O preço médio registrado foi de R$ 1.187,27 por tonelada, com uma queda de 0,37% em relação ao dia anterior. No acumulado do mês, a queda foi de 2,21%, e o valor em dólares por tonelada foi de US$ 240,53.

- 08/09/2023: Nesse dia, o preço médio do trigo foi de R$ 1.191,73 por tonelada, com uma variação positiva de 0,49%. No acumulado do mês, a queda foi de 1,84%, e o valor em dólares por tonelada foi de US$ 239,06.

- 06/09/2023:
Por fim, no dia 06 de setembro, o preço médio foi de R$ 1.185,94 por tonelada, com uma queda de 0,72%. No acumulado do mês, a queda foi de 2,32%, e o valor em dólares por tonelada foi de US$ 237,81.


As cotações do trigo nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul têm registrado variações nos preços médios, refletindo as dinâmicas do mercado agrícola. Essas oscilações podem ser influenciadas por fatores como condições climáticas, demanda e oferta, entre outros. Acompanhar de perto essas cotações é fundamental para produtores, comerciantes e demais envolvidos na cadeia produtiva do trigo, pois permite tomar decisões informadas em um mercado tão importante para o Brasil. A CEPEA continua sendo uma fonte confiável de informações nesse contexto.


Fonte: Cepea

Brasil na WorldFood Istanbul 2023: Destaque no Setor Alimentício Turco

O Brasil destaca-se na WorldFood Istambul 2023, com 12 expositores e US$ 3 milhões em negócios, fortalecendo laços comerciais com a Turquia.

Foto mostra pessoas e o evento.
Foto: Mapa


A 31ª Edição da WorldFood Istambul 2023 encerrou com grande sucesso, destacando a presença de 12 expositores brasileiros que apresentaram uma variedade de produtos nacionais na cidade de Istambul, na Turquia, de 6 a 9 de setembro deste ano. A feira é reconhecida como um ponto de encontro internacional para a indústria alimentícia turca, reunindo marcas locais e estrangeiras, desde produtores até empresários de todo o mundo, em uma localização historicamente estratégica entre Europa e Ásia.

Coordenada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em colaboração com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a Missão Comercial à Turquia tinha como objetivo principal promover oportunidades de negócios e expandir as fronteiras do agronegócio brasileiro na região turca.

A edição de 2023 da WorldFood Istanbul atraiu impressionantes 38.358 visitantes de 163 países, com 33% dos participantes vindo de nações estrangeiras. De acordo com os organizadores, a feira registrou um aumento de 141% no número de visitantes estrangeiros em comparação com o ano anterior e alcançou um recorde de 835 expositores de 25 países, apresentando mais de 2.000 marcas.


Pavilhão Brasil

O Pavilhão Brasil foi uma atração de destaque durante a exposição, fornecendo às 12 empresas brasileiras participantes uma estrutura completa para a preparação e exibição de seus produtos, juntamente com apoio técnico da equipe do Ministério. Além disso, o Mapa incentivou os expositores a investirem em iniciativas complementares de promoção para maximizar os resultados positivos da feira.




Galinhas.



Entre os produtos brasileiros em destaque na WorldFood Istanbul 2023 estavam o açaí, café, feijão, açúcar, proteína animal, pimenta em grão, gergelim, bem como extratos e óleos vegetais. A diversidade da oferta brasileira atraiu a atenção de visitantes e compradores de diversos lugares, incluindo o Oriente Médio, com representantes da Síria e Jordânia, e a Ásia Central.

Durante a exposição, workshops, seminários e apresentações foram realizados para promover o conhecimento e a troca de informações. Um dos estandes brasileiros até ofereceu um "cooking show", demonstrando como preparar o açaí, que foi muito apreciado pelo público turco.

De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura (SCRI/Mapa), o Pavilhão Brasil gerou negócios no valor de US$ 3 milhões ao longo de quatro dias. Os expositores têm a expectativa de comercializar US$ 220 milhões nos próximos 12 meses, o que demonstra o potencial das parcerias comerciais entre o Brasil e a Turquia.


Crescimento das Exportações para a Turquia

Em 2022, o Brasil exportou para a Turquia um total de US$ 2,42 bilhões em produtos agropecuários, com o envio de três milhões de toneladas. Isso representou um aumento de 13% em comparação com o ano anterior, de acordo com a SCRI/Mapa. Entre os principais produtos agropecuários brasileiros exportados para a Turquia, estão a soja, o café, o algodão, a celulose e a carne (bovina e de frango).


Fonte: Mapa

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Medidas de Emergência Reforçadas pelo Governo Federal Contra a Influenza Aviária

Governo Federal atualiza medidas para enfrentar Influenza Aviária, permitindo restrições e ações de combate em emergências fitossanitárias e zoossanitárias.


Galinhas e palha.
Imagem de svklimkin por Pixabay


O Governo Federal divulgou uma atualização nas medidas relacionadas ao enfrentamento de emergências fitossanitárias e zoossanitárias, visando conter a propagação da Influenza Aviária. A Medida Provisória nº 1.186, publicada no Diário Oficial em 12 de setembro de 2023, concede novas diretrizes às autoridades públicas do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e abre espaço para uma série de ações em casos de urgência epidemiológica.

Entre as principais medidas previstas na nova legislação, destacam-se:

1. Restrição de Trânsito de Produtos Agropecuários: As autoridades do Suasa agora têm a autorização para impor restrições temporárias de trânsito de produtos agropecuários, tanto a nível nacional quanto internacional. Essas restrições podem ser aplicadas a diferentes modais logísticos.

2. Medidas de Contenção e Desinfecção: As autoridades podem determinar ações como contenção, desinfecção, desinfestação, tratamento e destruição de produtos, equipamentos e instalações agropecuárias, bem como veículos em trânsito.

3. Ações de Mitigação e Controle: As autoridades têm a prerrogativa de realizar ou ordenar a execução compulsória de ações de mitigação e controle fitossanitário e zoossanitário.

4. Doações de Materiais: A União pode doar materiais, equipamentos e insumos considerados essenciais para o combate a emergências fitossanitárias ou zoossanitárias a órgãos e entidades federais, estaduais, distritais e municipais mobilizados, independentemente do cumprimento dos requisitos legais de adimplência.

5. Custos de Deslocamento: O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está autorizado a cobrir as despesas de deslocamento de servidores e empregados públicos de outras instâncias do Suasa que participem de operações de defesa agropecuária convocadas pelo Ministério.

Além disso, a Medida Provisória altera a Lei nº 8.745/1993 para incluir as situações de iminente risco à saúde animal, vegetal ou humana, fitossanitária ou zoossanitária como possibilidades de contratação de excepcional interesse público, dispensando a necessidade de processo seletivo.



Foto com a cidade destruída.
Foto: Maurício Tonetto/Secom



Vale destacar que o Governo Federal já havia tomado medidas para combater a Influenza Aviária ao longo deste ano. Em maio, o Mapa declarou estado de emergência zoossanitária em todo o país devido à detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) - H5N1 - em aves silvestres. Em junho, a Medida Provisória nº 1.177/2023 autorizou crédito extraordinário para enfrentamento dessa emergência zoossanitária. O Ministério da Agricultura e Pecuária tem trabalhado em conjunto com outros órgãos e Ministérios federais para prevenir e responder aos possíveis impactos da disseminação da doença no Brasil.


Gripe aviária

A gripe aviária, também conhecida como influenza aviária ou simplesmente "gripe das aves", é uma doença viral que afeta principalmente aves, mas pode ocasionalmente infectar seres humanos. O vírus da gripe aviária pertence à família Orthomyxoviridae e é classificado em subtipos com base em suas proteínas de superfície, sendo os subtipos H5N1 e H7N9 os mais preocupantes em termos de transmissão para humanos.

Essa enfermidade é endêmica em muitas aves selvagens e pode se espalhar rapidamente entre as populações de aves domesticadas, como galinhas, patos e perus. Os sintomas nas aves incluem falta de apetite, edema facial, diminuição da postura de ovos e alta mortalidade. A transmissão para humanos ocorre principalmente por contato direto com aves doentes ou suas secreções, mas há preocupações com a possibilidade de mutações do vírus que poderiam permitir a transmissão de pessoa para pessoa.

A gripe aviária é uma preocupação de saúde pública, pois pode causar doenças graves em seres humanos, com sintomas que variam de febre e tosse a dificuldades respiratórias graves e, em casos extremos, óbito. Os surtos de gripe aviária exigem uma resposta rápida das autoridades de saúde.

Fonte: Mapa


segunda-feira, 11 de setembro de 2023

10.787 propriedas rurais afetadas e lavouras destruidas; veja os danos das fortes chuvas no estado do RS

Ciclone extratropical causa destruição no Rio Grande do Sul, afetando 50 municípios, com danos em estradas, residências, produção agrícola e pecuária.

Foto mostrando estragos no Rio Grande do Sul após fortes chuvas.
Foto: Maurício Tonetto/Secom


Um devastador ciclone extratropical atingiu o Rio Grande do Sul nos primeiros dias de setembro, deixando um rastro de destruição em sua passagem. A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), em conjunto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), divulgou um relatório preliminar que detalha os impactos dessa tempestade nas áreas rurais do estado.

O ciclone extratropical trouxe consigo chuvas intensas, granizo localizado e o transbordamento de rios e arroios. Os dados foram coletados pelo sistema Sisperdas, alimentado por informações dos escritórios regionais e municipais da Emater. De acordo com o relatório, o evento climático afetou diretamente 50 municípios, 665 localidades e 10.787 propriedades rurais.


Infraestrutura Afetada

A infraestrutura rural foi duramente atingida, com 4.456,8 quilômetros de estradas vicinais prejudicadas, resultando em problemas no escoamento da produção em 197 comunidades. Houve também danos significativos em residências (1.192), galpões (621), armazéns (12), silos (116), estufas de fumo (25), estufas/túneis plásticos para horticultura (25), açudes (128), aviários (53) e pocilgas (45).


Perdas na Produção Primária

As chuvas torrenciais tiveram um impacto severo na produção primária. Grãos, frutas, olericultura e fumo foram especialmente afetados. Destacam-se as grandes perdas em milho e trigo, com áreas substanciais atingidas e alto volume de produção perdido. Na fruticultura, cultivos como laranja e uva sofreram perdas significativas. A olericultura e a produção de fumo também foram duramente atingidas, prejudicando milhares de produtores. 


Impactos na Pecuária

Na pecuária, o saldo foi igualmente trágico, com a morte de 29.356 animais, incluindo bovinos de corte e de leite, suínos e aves. Além disso, 370 caixas de abelhas e 35,5 toneladas de peixe foram perdidas, afetando 346 produtores. A produção de leite também sofreu um golpe, com 327,3 mil litros não coletados, prejudicando 813 produtores.

As perdas na produção de forragens impactam diretamente na atividade pecuária, afetando a produção de carne e de leite. No total, 1.880 hectares de pastagem nativa, 10.730 hectares de pastagem cultivada e 50 hectares de silagem foram afetados, prejudicando 1.022 produtores. Houve ainda a perda de 35,5 mil pés de eucalipto.


Turismo Rural e Agroindústrias Atingidas

Na região de abrangência do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar Lajeado, a mais severamente afetada devido à cheia do rio Taquari, que atingiu a marca de 29m 45cm, o setor de turismo rural, que desempenhava um papel importante na região, foi significativamente prejudicado devido aos danos na infraestrutura e nas paisagens naturais inundadas.

Além disso, agroindústrias familiares também foram afetadas, como no caso da Lansing, em Arroio do Meio, que teve sua estrutura danificada, resultando na perda de estoques de produção e insumos para a próxima safra, cercas destruídas e áreas com solo devastado.


Comunidade Quilombola Atingida

Em General Câmara, o rio Taquari inundou uma comunidade quilombola, forçando a retirada das famílias do local.

Os dados relativos às localidades que ainda não puderam ser acessadas serão computados posteriormente, e um relatório final, com números mais precisos, deve ser publicado nos próximos dias. A tragédia das enchentes e chuvas intensas ressalta a importância de medidas de prevenção e apoio às comunidades rurais afetadas, enquanto o Rio Grande do Sul se mobiliza para se recuperar desses impactos devastadores.



Chuvas intensas no estado causam estragos nas lavouras

O Rio Grande do Sul enfrentou uma semana de condições meteorológicas desafiadoras, com chuvas intensas que causaram prejuízos significativos nas áreas agrícolas do estado. O Boletim Integrado Agrometeorológico No. 36/2023, emitido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Estado, relata os eventos climáticos ocorridos entre 31 de agosto e 6 de setembro de 2023.

A semana começou com tempo seco e quente em todo o estado, mas a situação mudou drasticamente a partir de sexta-feira, quando uma área de baixa pressão e uma frente fria trouxeram chuvas para todas as regiões. As precipitações foram acompanhadas por temporais isolados e volumes acumulados significativos, que resultaram em enchentes e deslizamentos em algumas áreas. Os registros de chuva variaram entre 130 mm e 200 mm na maioria das regiões, com algumas estações da rede SIMAGRO/INMET registrando mais de 250 mm, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

As temperaturas também variaram ao longo da semana, com máxima de 30,2°C em Porto Vera Cruz no dia 31 de agosto e mínima de 1,6°C em Bagé no dia 5 de setembro.

Os estragos causados pelas chuvas afetaram diretamente as lavouras, especialmente as de milho. Embora o período anterior à chuva tenha permitido um progresso significativo na semeadura do milho, as chuvas intensas causaram erosão nas áreas onde o solo foi preparado de forma convencional ou onde a cobertura vegetal era insuficiente para proteger o solo. Esse cenário resultou em escoamento superficial e na formação de sulcos, que transportaram fertilizantes para áreas mais baixas, incluindo rios. Além disso, algumas lavouras recém-implantadas podem enfrentar problemas de selamento superficial devido às chuvas intensas. Para a Safra 2023/2024, espera-se o cultivo de 817.521 hectares de milho, com uma produtividade prevista de 7.414 kg/ha e uma produção estimada de 6.061.198 toneladas.

A cultura do arroz também foi impactada, com chuvas adiando o início dos trabalhos de plantio em muitos municípios. No entanto, as precipitações intensas trouxeram alívio para os arrozeiros que enfrentavam o risco de reduzir a área de cultivo devido ao baixo nível das barragens. O Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) projeta uma área de cultivo de 902.425 hectares de arroz, com uma estimativa de produtividade de 8.359 kg/ha e uma produção prevista de 7.543.137 toneladas.

Na cultura do trigo, as condições climáticas variadas, incluindo geadas e chuvas torrenciais, criaram um ambiente desfavorável para o cultivo. As geadas foram mais intensas nas áreas mais baixas do relevo, e as chuvas volumosas causaram danos em algumas lavouras nas fases de floração e início da formação dos grãos. A extensão desses danos ainda não foi avaliada com precisão.

As lavouras de aveia branca mantêm um bom potencial produtivo, mas as chuvas após 1º de setembro causaram o acamamento de plantas em algumas áreas.

No geral, o tempo seco até 31 de agosto contribuiu para o desenvolvimento das lavouras de canola, mas as chuvas torrenciais e ventos posteriores podem ter causado danos, que ainda estão sendo avaliados.

A cultura da cevada apresenta boas condições, apesar de pequenos acamamentos isolados devido às chuvas.

Na pecuária, o aumento da oferta de pastagem de inverno melhorou o escore corporal dos bovinos de corte, mas rebanhos sem pastagens de inverno enfrentam dificuldades devido à escassez e baixa qualidade da forragem no campo nativo. Chuvas intensas também dificultaram o acesso às pastagens em algumas áreas, levando à suplementação com feno e milho em propriedades com recursos limitados.


Fonte: Estado do RS